O Corpo de Bombeiros está se preparando para período de seca extensa e severa que deve atingir Mato Grosso no ano de 2024, conforme informações da Agência Nacional de Águas (ANA). A preocupação maior está em cima do Pantanal, na área que vai do Porto Cercado ao Porto Jofre. Muitos planos estão sendo debatidos pelo grupo de trabalho para evitar que o estrago não seja igual ao que aconteceu no ano de 2020.
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Segundo a ANA, Mato Grosso pode ter seca até dia 31 de outubro, o que ultrapassa o período considerado normal, que se encerrou em outros anos no final do mês de agosto. Diferente do que acontece no Rio Grande do Sul, que sofre com enchentes e fortes precipitações, a seca que atingirá rios e comunidades ribeirinhas pode fazer até a zona urbana sofrer por conta de abastecimentos.
A escasses hídrica pode deixar o Pantanal desabastecido e cidades vizinhas praticamente inabitadas. Isso porque a seca pode provocar fogo que pode devastar não só a natureza, mas também residências e hotéis que estão na beira dos rios Cuiabá, Paraguai, Piquiri e São Lourenço.
Com o reconhecimento de situação crítica, o órgão Nacional de Águas pretende intensificar os processos de monitoramento hidrológico da Região Hidrográfica do Paraguai e identificar os impactos sobre usos da água. A Agência também pode propor medidas de prevenção e mitigação dos impactos em articulação com outros setores. Uma Sala de Crise do Alto Paraguai foi instalada pela ANA como forma de compartilhar informações e auxiliar na tomada de decisões.
Outra preocupação que paira sobre o período de seca está a queda do número de turistas, que vão ao Pantanal passear, pescar e fazer turismo de onça. A seca pode prejudicar a navegação dos rios, aproveitamentos hidrelétricos a fio d’água, além de atividades de pesca, turismo e lazer da região.
Planos de Mato Grosso
Entre os tópicos do planejamento estão aquisição de viaturas para o Corpo de Bombeiros, uso de véiculo anfíbio que será utilizado para chegar em locais de difícil acesso, inclusive com áreas alagadas, contratação de 150 brigadistas e uso de pelo menos quatro aeronaves.
O comandante geral do Corpo de Bombeiros, coronel Alessandro Borges Ferreira, confirmou que 49 militares ficarão à disposição do Pantanal em ponto fixo do Porto Jofre e várias fazendas serão utilizadas para ser ponto de apoio base para treinamento das brigadas.
"Teremos um trabalho para antecipar o período de seca. Sabemos que o relatório da Agência de Águas é que passaremos por problemas severos e por isso já estamos antecipando o problema. Estaremos aqui sempre. Nosso grupo vai atuar tendo ou não fogo. Por isso todo aparato necessário será utilizado", comentou o coronel.
Quatro aeródromos com estrutura serão utilizados e estarão em locais descentralizados, como Poconé, Cáceres, Rondonópolis e Porto Jofre. Além disso várias fazendas com pistas de pouso também ajudarão e irão ceder o espaço para que as aeronaves possam fazer seu trabalho, principalmente em locais de difícil chegada como é na região do Guató.
Somente o Corpo de Bombeiros irá receber R$ 31 milhões para o combate às queimadas. Por isso é necessário o planejamento antecipado para que se houver necessidade de novas compras, haja tempo de fazer licitação de equipamentos a serem utilizados no trabalho preventivo.
O deputado Carlos Avalone (PSDB), que foi designado pela Assembleia Legislativa para comandar o plano político de combate e prevenção dos incêndios no Pantanal, disse que ação conjunta como essa é um passo importante para salvar o Pantanal.
"É necessário usar força máxima e ter ação enérgica como essa. Somos e estamos todos unidos para evitar catástrofes. Por isso estamos aqui. Vamos ajudar e intermediar o trabalho dos bombeiros, brigadistas e Sema. O Pantanal não pode esperar", concluiu o parlamentar.
