Com uma década de vida pública, o ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro (PSD), acumula rompimentos e questionamentos quanto ao seu alinhamento político. Vice-governador de Pedro Taques, senador do governador Mauro Mendes (União) e alinhado com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Fávaro vive agora uma relação próxima com o presidente Lula (PT), após ser acusado de ter utilizado o movimento bolsonarista para se eleger senador em 2020.

ASSISTA A ÍNTEGRA DO PODOLHAR COM O MINISTRO DA AGRICULTURA CARLOS FÁVARO:



Em entrevista aos jornalistas Airton Marques e Lucas Bólico no PodOlhar, videocast do Olhar Direto, Fávaro traçou sua trajetória de vida, desde que se instalou com sua família em Lucas do Rio Verde (354 Km de Cuiabá), e garantiu que, politicamente, sempre atuou no campo social, mais próximo à esquerda.

“Na minha casa em Lucas do Rio Verde, morando ainda lá na roça, a geladeira era a gás porque não tinha energia elétrica. E isso foi superado e olha que belo município é Lucas do Rio Verde. Um município que se transformou pela união das pessoas, pelo fortalecimento (...) isso tudo me trouxe para a política, entidade representativa de classe. Eu tenho esse viés mais do associativismo, do viés do desenvolvimento econômico, mas atrelado ao social”, afirmou.

Sobre Bolsonaro, afirmou que nunca pediu votos diretos ao ex-presidente, nem se colocou como bolsonarista na eleição suplementar de 2020, quando se elegeu superando a então candidata do capital, Coronel Fernanda. Segundo o ministro, ele deixou claro que votaria junto ao governo nas pautas que fossem positivas para o país.

Relação com Lula.

Fávaro ainda detalhou sua relação com Lula e colegas de ministério. Afirmou que conviver com o petista chega a ser uma dádiva. “E eu falo que com toda tranquilidade, quer não gostar do presidente Lula, não conviva com ele. Uma pessoa generosa, uma pessoa de bom trato, carinhosa, que consegue compreender, inclusive, os pensamentos diversos a ele. Ter a oportunidade de escrever algumas linhas na minha história, sendo ministro de um homem como presidente Lula, é um privilégio que Deus me deu”.

“É um governo plural, é o estilo do presidente Lula. Ele permite que os diferentes coloquem seus posicionamentos. Ele permite que a pluralidade permeie pelo governo e é óbvio ter um líder. E ele sempre fala, na divergência eu não quero briga, porque eu decido. Mas ele permite que essa divergência o faça inclusive formar a opinião e ter o convencimento”, complementou.