O deputado estadual Ondanir Bortolini, conhecido como Nininho (PSD), ainda não conversou com Carlos Fávaro, presidente do PSD, desde que afirmou que vai deixar o partido. Em entrevista nesta semana, o parlamentar declarou que já tomou sua decisão e que ela será colocada em prática no momento certo. No sábado, Fávaro afirmou que "fará de tudo" para manter Nininho no PSD. 

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"Não falei [com Fávaro]. O Favaro é meu amigo e não tenho nada contra a pessoa dele. Mas eu tenho uma decisão e no momento certo vou por em prática. Eu hoje falo: 'não posso sair sem autorização, se não vou ter que esperar esperar a janela'. Mas minha amizade, meu relacionamento [com Fávaro] não altera em nada", afirmou Nininho. 

A saída do deputado se dá pelo descontentamento da aproximação do PSD com o governo Lula (PT). Fávaro, que também comanda a pasta da Agricultura, já havia afirmado que a sigla irá apoiar a candidatura de Lúdio Cabral (PT) ao Palácio Alencastro. 

Entretanto, a posição do comandante da legenda contrasta com a de medalhões da legenda que, publicamente, já acenaram apoiar o adversário do petista, Eduardo Botelho (UNIÃO). São eles: o próprio Nininho, a senadora Margareth Buzetti e o deputado estadual Wilson Santos.  

Nininho afirmou que em meio a esse cenário, ficou "escanteado" com seus ideais. “A questão política, o contexto que se deu, eu hoje fiquei deslocado com meus ideais, com meus princípios, e isso tem trazido, assim, até bastante consequência no nosso dia a dia. Não tem nada contra a pessoa do Fávaro, e eu tenho certeza que a hora que eu sentar com ele a gente vai chegar no consenso e vai estar tudo bem”. 

O parlamentar mencionou que já recebeu convites de mais de sete partidos políticos, incluindo União Brasil, PRD e Republicanos. No entanto, ele afirmou que só tomará uma decisão definitiva sobre esses “chamados” quando sua escolha estiver oficialmente confirmada.

“Não tem nada definido, já tive convite de 7, 8 partidos, entre eles: União Brasil, PP,  Republicanos, do Mauro Carvalho [PRD], o MDB, todos têm [me] procurado. Mas eu vou aguardar primeiro definir a minha situação pra depois definir qual é o partido. Eu quero um partido de centro-direita”. 

Ao ser questionado sobre a possibilidade de permanecer no PSD com uma eventual liberação de Fávaro, Nininho desconversou sobre o assunto e disse que o ministro nunca interferiu em decisões sobre quem apoiar. Ele afirmou que sempre teve liberdade dentro do PSD, mas ressaltou que não convive com quem não se sente bem.

“Fazer política já é uma missão muito árdua. Você sai de todas as suas zonas de conforto, acaba deixando até a família de lado, negócios. Então você, pra fazer essa missão, você tem que ter responsabilidade. E eu só faço política onde eu me sinto bem. Eu votei na direita, não é que sou Bolsonaro, eu votei na direita porque é o meu perfil. Ela nunca teve problema comigo. Eu hoje não sei o partido de 10% dos prefeitos que me apoiam. Eu procuro pessoas, eu não procuro o partido”, concluiu.