Minutos antes da reunião que definiu uma trégua, ao menos por enquanto, dentro do União Brasil, o deputado estadual Dilmar Dal’Bosco fez questão de deixar claro sua insatisfação com o comportamento de seus principais correligionários e a possibilidade de ainda migrar para outra sigla. Ele, os irmãos Jayme e Júlio Campos, e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho, receberam convite do Mais Brasil, partido que está sendo criado da fusão entre o Patriotas e o PTB.

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Dilmar, assim como Botelho, Jayme e Júlio chegaram visivelmente irritados para a reunião de emergência convocada para a noite da última quinta-feira (27), na sede do União Brasil, em Cuiabá. O encontro precisou ser convocado depois que Fábio Garcia, então presidente da legenda no Estado, informou os correligionários que no próximo domingo (30) o governador Mauro Mendes iria assumir o comando do partido no Estado.

As lideranças ficaram insatisfeitas porque sustentam que não foram avisadas sobre as articulações. Além disso, temem que no comando do partido, o governador Mauro Mendes possa privilegiar seu “predileto” para concorrer à Prefeitura de Cuiabá no próximo ano: Fábio Garcia.

Neste sentido, as declarações de Dilmar momentos antes da reunião serviram para esquentar ainda mais a situação. O parlamentar fez questão de deixar claro que, em meio à crise envolvendo a disputa na Capital, já definiu seu lado.

“Eu já disse e repito, a decisão que for tomada [sobre a formação do Diretório] irá incluir os quatro deputados estaduais e vai ser pilotada pelo meu futuro prefeito da cidade de Cuiabá, Eduardo Botelho. Eu sei que não é o momento de falar de política para 2024, mas é logico que o meu candidato é o Botelho, nunca escondi isso de ninguém. Ainda está longe, mas estaremos focados nisso. E se a gente perceber que não teremos essa oportunidade aqui [no União Brasil], teremos que buscar nosso espaço. É assim que funciona a política. Precisamos da garantia de que lá na frente vamos ter a oportunidade de participar. Qual o critério? Se não estivermos no Diretório, podemos ter dificuldades. E por que vamos seguir em um partido que nos traz dificuldades para participar das eleições?”, disparou Dilmar.

Ao final da reunião, ficou decidido que Mauro irá mesmo comandar o partido, mas os parlamentares também foram incluídos na formação do futuro Diretório: Dilmar será secretário-geral; o senador Jayme Campos, 1º vice-presidente; o deputado federal Coronel Assis, 2º vice-presidente; Fábio Garcia, 3º vice-presidente; e Aécio Rodrigues tesoureiro. O diretório terá duração de apenas um ano, já que em maio do ano que vem ocorrerá nova eleição.

Dilmar, porém, manteve a possibilidade de deixar o União. Segundo o parlamentar, ele já teria tratado pessoalmente do assunto com o governador Mauro Mendes.

“Eu conheci o futuro presidente do Mais Brasil, inicialmente, por telefone. O deputado Júlio que o conhece muito bem e o Jayme também conversou com ele, falou sobre mim. Eu tive uma conversa com o governador durante a última viagem dele a Sinop, falei para ele que seria interessante para mim. Mas eu continuo trabalhando, me passaram algumas comissões municipais para organizar, ocorre que infelizmente as coisas não andam. Eu nunca vi um partido assim, nem em Sinop que é minha base eu não sei quem é que está com a gente, quem é que concorre, dentro do próprio partido”, criticou.