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Quarta-feira, 07 de agosto de 2024

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Pela segurança viária

Delegado afirma que sistema de transporte coletivo está falido e uso de motocicleta deveria ser desestimulado

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Delegado afirma que sistema de transporte coletivo está falido e uso de motocicleta deveria ser desestimulado
O titular da Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (Deletran), Christian Cabral, afirmou que o sistema de transporte coletivo de Cuiabá e Várzea Grande está falido. Segundo ele, o uso de motocicleta, que deveria ser desestimulado, continua sendo feito. “O interessante seria focar no transporte de pessoas e não veículos individuais”.


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“No caso de qualquer acidente, riscos de lesividade são mais altos em motocicleta do que em um automóvel ou ônibus. Se durante um ano, você fizer o deslocamento neste tipo de veículo, a potencialidade de vir a ser lesionado é muito maior. A moto é um meio de transporte de alto risco. Pelo aspecto da segurança viária, deveria ser desestimulado”, pontua o delegado ao Olhar Direto.
 
Segundo Christian, quando se vê que a frota de motocicletas tem crescido de forma acelerada, é sinal de que o sistema de transporte coletivo está falido. “Nossos governantes precisam adotar políticas públicas para inibir isto. Os projetos de mobilidade urbana têm focado em priorizar o transporte de pessoas em veículos automotores e de forma individual. As pessoas com necessidade de deslocamento rápido, acabam migrando para as motocicletas por isto”.
 
Para o delegado, quem tem a perder com isto é a sociedade, já que o número de acidentes aumenta, assim como os gastos com segurança pública, saúde (com os atendimentos nos prontos-socorros) e também a securidade social. Isso também sem falar nos reflexos que este número de veículos traz no trânsito, com intensos congestionamentos.
 
“Infelizmente, a cada ano a frota de veículos aumenta em proporção muito grande. Nos últimos dez anos, a frota de motocicletas em Cuiabá dobrou e os ambientes viários não crescem na mesma proporção. São mais veículos passando por espaços cada vez menores. Isso não dá certo”, finalizou.

VLT

O delegado também afirmou que o projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), da forma como está, é ultrapassado. Segundo ele, o modal deveria ser projetado de forma elevada e não no nível das pistas que existem por Cuiabá e Várzea Grande, que já estão ‘estranguladas’. Além disto, afirmou que o custo para a implantação do projeto é grande, mas necessário. Além disto, ele deverá proporcionar uma redução nos custos que se tem com acidentes, pronto-socorro e seguros.

“Estaria em passagem de nível, o que causa afunilamento das vias por onde passa. A solução hoje seria que fosse de forma elevada, para que pudéssemos manter ou aumentar o número de faixas. A avenida da FEB é um exemplo, já está saturada”.

Rodízio?

Um caminho sem volta. Esta é a opinião do secretário de Mobilidade Urbana de Cuiabá (Semob), Antenor Figueiredo, a respeito do rodízio de veículos na cidade. Em entrevista ao Olhar Direto, o gestor citou que a malha viária do município é de difícil expansão e que é preciso investir em transporte coletivo, já que os veículos tomaram conta das vias, após uma política adotada pelo ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT).

“Uma vez falei a vocês do Olhar Direto de rodízio aqui em Cuiabá e me chamaram na Câmara [de Vereadores], perguntaram se eu estava louco. É um caminho sem volta. Se não cuidarmos do transporte coletivo, não iremos mais transitar com carros em Cuiabá. Nós invertemos as coisas. O transporte de massa tem que ter prioridade, é o que versa a pirâmide de mobilidade. Primeiro pedestres, ciclistas, transporte coletivo, transporte de cargas e, por fim, carros”, explicou o secretário.
 
Antenor ressalta que existem mais de 100 milhões de veículos no país e que a frota aumentou bastante. “Quem sabe na outra administração vai ter que implantar o rodízio de veículos em Cuiabá. O governo do ex-presidente Lula, e digo sem julgar questão partidária, fez uma série de reduções, facilitações para a compra de carro. Isto gerou R$ 32 bilhões, que poderiam ter sido investidos no transporte público. Mas fizeram ao contrário, incentivaram o formigueiro”.

Entre janeiro a agosto, o número de veículos cresceu 15,89%, com 71.348 veículos emplacados em Mato Grosso, se comparado ao mesmo intervalo de tempo em 2018, que registrou 61.563 vendas, de acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Esses dados consideram automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros.

Em abril do ano passado, o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) desconversou sobre a possibilidade de implantar o rodízio de veículos, em Cuiabá.  Ele afirmou que isto traria um transtorno grande para a população.
 
Em São Paulo (SP), o rodízio de veículos funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 10h e das 17h às 20h. O sistema restringe a circulação de veículos no Anel Viário da Cidade. Nesses horários, dependendo da placa do carro e do dia da semana. Transitar em locais e horários não permitidos pela regulamentação prevista no Código de Trânsito Brasileiro implica infração de trânsito de nível médio, resultando em multa no valor de R$ 130,16 e acréscimo de 4 (quatro) pontos na carteira de habilitação do motorista.
 
Nos horários de pico, os automóveis não podem circular na área que compreende as vias dentro de um trecho. A proibição de veículos é feita através do último número da placa. As motocicletas não participam.

 
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