O líder da etnia Paresi e porta-voz do grupo de indígenas agricultores, Arnaldo Zunizakae, entregou ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) um projeto de construção de uma escola técnica dentro de uma terra indígena em Mato Grosso. O cacique afirmou, no entanto, que não estava pedindo nada ao Governo Federal: “Não estamos pedindo de graça, queremos que isso seja encaminhado porque se vocês ajudar nós vamos fazer, se vocês não ajudar nós vamos fazer sozinhos”, afirmou.
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Bolsonaro esteve em Cuiabá para a entrega de 42 equipamentos agrícolas a comunidades indígenas. A ação marcou o encerramento do Seminário Regional Política de Etnodesenvolvimento e Sustentabilidade, promovido pela Secretaria de Governo da Presidência da República (SeGov) em parceria com a Fundação Nacional do Índio (Funai).
Ao todo, foram entregues 14 tratores, 14 grades aradoras e 14 carretas agrícolas às comunidades indígenas, somando um investimento de cerca de R$ 2,6 milhões, segundo a SeGov. Também está prevista a capacitação dos agricultores indígenas que irão operar as máquinas. O encontro tem a finalidade de impulsionar a produção sustentável nas aldeias.
O cacique Arnaldo, que discursou no microfone, defendeu que os povos indígenas possam explorar suas terras. “O governo precisa entender um pouquinho que somos diferentes um do outro e procurar respeitar essa diferença, porque isso é nossa identidade, isso é nosso valor. Tem etnias que precisam de agricultura, temos outras que têm potencial extrativista, potencial mineral, turística, uma coisa é certa, que nós todos temos em comum, nós temos a necessidade econômica, e nós temos que explorar isso, cada um no seu segmento, e quem vai regulamentar isso para nós é o nosso governo, os nossos parlamentares, então não vamos ficar criando barreiras, vamos abrir portas para discutir isso”, argumentou.
Logo depois, o líder afirmou que na última reunião com Bolsonaro já tinha entregue um documento ao presidente com um plano de desenvolvimento do povo paresi, e que iria entregar um novo documento nessa oportunidade.
“Aqui tem o projeto de construção de uma escola técnica dentro de uma terra indígena para nós formamos nossos indígenas a nível técnico. Que seja ela estadual, federal, não sei, mas nós temos necessidade de formar, e depois de formar é nossa obrigação como indígena buscar campo de emprego e colocação para esses indígenas que estão se formando. Então eu quero a assinatura do senhor de recebido. Nós não estamos pedindo de graça, queremos que isso seja encaminhado porque se vocês ajudar nós vamos fazer, se vocês não ajudar nós vamos fazer sozinhos”, afirmou.
Por fim, o cacique convidou Bolsonaro a conhecer a terra paresi e afirmou que seu povo é um dos três do Brasil que produz na agricultura “com as mesmas tecnologias” que os brancos. “Sem linha de crédito, sem carência, sem financiamento, e nós estamos produzindo 50 milhões ao ano”, defendeu.
