O vereador Tenente Coronel Paccola (Republicanos) admitiu que irá adotar todas as medidas previstas no regimento interno da Câmara de Cuiabá para que ganhe mais tempo no processo de cassação do qual é alvo na Comissão de Ética. A primeira estratégia foi a de não apresentar defesa no prazo de cinco sessões ordinárias e esperar que um defensor dativo fosse escolhido.
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A escolha foi feita pelo presidente da Comissão, Lilo Pinheiro (PDT), nesta quarta-feira (31). O defensor de Paccola é o secretário de Apoio Legislativo da Casa de Leis e ex-vereador, Eronides Dias da Luz, conhecido como Nona.
“Nona é um dos maiores conhecedores do Parlamento cuiabano. Tenho convicção que fará um excelente trabalho na construção da defesa nesse processo de cassação. Usarei tudo o que esteja previsto no rito processual. Após a sessão desta quinta, iremos sentar para traçarmos as estratégias da defesa”, afirmou Paccola, que responde por quebra de decoro parlamentar, pelo assassinato do agente socieducativo Alexandre Myiagawa.
“A primeira coisa é ganhar tempo e a segunda é abrandar exigências. É uma gestão de crise, então todo tempo que for possível nós iremos utilizar para construir a defesa, revisar a defesa, ouvir os profissionais. Estarei utilizando tudo que tiver de ferramenta para que possamos construir uma defesa sólida, demonstrando que não tem qualquer vínculo de decoro na situação que eu acabei me envolvendo”, completou.
Paccola ressaltou que não tem medo da cassação, já que o processo não está em suas mãos. “Sei que a questão técnica é importante, mas a questão política é muito mais. Estou pronto, aqui não é minha principal fonte de renda, não tenho apego a cargo”.
Defensor dativo
Nona recebeu todo o processo contra o Paccola nesta quinta e afirmou que deve entregar a defesa já na próxima semana, mesmo tendo prazo de cinco sessões ordinárias.
“Recebi o processo hoje e vou analisar de capa a capa. É um processo bem extenso, tem mais de mil páginas. Produzir uma defesa técnica, quero encaminhar à Comissão de Ética o mais rápido possível. Não preciso mais conversar com Paccola, vou fazer a defesa com o que tem no processo”, declarou.
“Não tenho distinção em relação aos vereadores, agora, em relação à defesa, farei com total isenção, sem considerar qualquer aspecto de amizade, como se fosse o advogado contratado do Paccola. O que entra no caso é uma questão de ética, se aceitei, vou procurar fazer bem feito. Dá para fazer antes, como foi eu que cuidei da organização do processo, já conheço o que foi juntado, já tenho uma noção. Acredito que na quinta ou sexta já dá para entregar. Vou passar o final de semana analisando os documentos”, pontuou.
