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Quarta-feira, 24 de julho de 2024

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"Estava cega e desesperada": grávida diz ter descoberto traições vendo mensagens no celular e matou para se defender

Foto: Reprodução

A primeira vez que Bruna Felski, de 26 anos, grávida de oito meses, viu a troca de mensagens entre o marido e a amante dele foi no mês passado. Ela perdou a traição e os dois continuaram juntos após decidirem passar "uma borracha e seguirem a vida". No entanto, na semana retrasada, Bruna descobriu que os dois ainda mantinham o relacionamento extraconjugal, de acordo com a versão da suspeita colhida em depoimento nesta segunda-feira (24).  


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Ela estava foragida desde sábado (22), quando Marcelo de Barros, de 37 anos e o pai dele, Genuir de Barros, de 67, foram mortos a tiros na casa onde moravam, na zona rural de Terra Nova do Norte. Ela se apresentou na delegacia de Colíder nesta segunda-feira (24), foi ouvida pelo delegado José Getúlio Daniel, responsável pelo inquérito e liberada em seguida. 

Olhar Direto teve acesso ao depoimento da gestante, que contou que foi até a casa das vítimas para conversar com Genuir sobre o caso entre o marido e a filha dele. Em setembro, Bruna disse ter feito a mesma tentativa com a mãe da mulher e explicado que a gravidez era de risco, mas ela não teria "dado atenção", segundo a versão da suspeita. 

"Que conversou pela primeira vez com M. sobre o seu caso com R. via Instagram final de julho; Que conversou novamente em setembro; Que tiveram um longa conversa, discutiram; Que chegou a ligou para a mãe de M., senhora M.T. e relatou sobre o caso de sua filha, pedindo ajuda; Que falou sobre o caso do casal e sobre sua gestação de risco e a mãe não deu atenção". 

Bruna contou ao delegado que ela e o marido estão juntos desde maio do ano passado. Eles moravam em uma fazenda na zona rural da cidade. Ela tem um filho de seis anos do relacionamento anterior e o marido tem outros três filhos. Por isso, eles acabaram desistindo de ter novos filhos, conforme o depoimento. 

No entanto, em abril deste ano Bruna descobriu que estava grávida e explicou ao delegado que o marido "não parecia feliz com a gravidez", além de estar "distante". Ela chegou a tentar conversar com o marido, que disse que "estava tudo bem". Em setembro, ela mexeu no celular dele enquanto ele dormia e leu as mensagens trocadas, confirmando as traições. 

"Que acordou R. e falou que sabia de tudo; que ele não negou e disse que não havia o que dizer, afinal já sábia de tudo; que após saber do relacionamento extraconjugal de R. a interrogada foi passar uns dias na casa de sua mãe; que não separaram e mantinham contato diário; que poucos dias depois retornou para casa".

"Que semana retrasada pegou novas conversas de R. e M., printou e mandou as conversas para seu telefone novamente; Que conversou com R. para se entender e resolver as coisas; que R. afirmava amar a interrogada, que não queria separar; queo casal decidiu passar uma 'borracha' e seguir a vida". 

Dia dos homicídios 

No sábado (22), ela e os pais haviam combinado de ir colher pequi na fazenda em que o marido trabalha. Ela pediu dinheiro para ele com intenção de ir na cidade fazer a sobrancelha e tomar uma injeção na farmácia. Quando foi na caminhonete do marido para pegar o valor, viu que a arma estava guardada no carro. 

Para chegar ao centro da cidade, Bruna disse que precisava passar pela casa da mulher. Junto da mãe, ela decidiu parar na residência e conversar com o pai da amante sobre as traições. Quando chegou no local, a mulher teria se apresentado como esposa do marido de Bruna. 

Logo em seguida, a mãe da mulher também teria se envolvido na situação, como contou a gestante, que foi xingada de vagabunda e agredida junto com a mãe.

"Que então a interrogada relatou ao pai de M. sobre o caso de sua filha e seu esposo; Que o pai de M. chamou sua esposa, que já chegou gritando, alterada; que M. T.  xingava a interrogada de vários palavrões, como vagabunda; que neste momento R. chegou ao local; Que R. tentou colocar a interrogada na camionete; QUE a interrogada entrou na camionete S10 de seu pai juntamente com o mesmo e sua mãe também foi na mesma em direção para entrar no carro; Que o irmão de M. foi para cima de sua mãe". 

Agressões e tiros 

Bruna contou que o irmão da mulher estava "muito alterado" e que foi agredida por ele com um soco no rosto, além de ter sido jogada no chão. O pai da gestante pegou um facão que estava no carro dele para tentar defender a mulher, mas Marcelo foi para cima dele. 

A gestante disse ter se assustado e pegou a arma no carro para se defender também. Ela disse que atirou contra Marcelo enquanto ele corria na direção do pai dela. Quando Genuir percebeu que Bruna estava atirando, ele teria ido para cima dela para defender o filho. Foi quando ela atirou nele.

"Que quando atirou na primeira vitima o pai dele veio na direção da interrogada que com medo, atirou para se defender, defender sua familia; que atirou de frente na segunda vitima quando ele corria na sua direção; que após os disparos a arma caiu no chão".

De acordo com Bruna, a amante do marido "pulou em cima dela", que foi agredida com puxões de cabelo e a mãe da mulher ainda tentou dar uma paulada na cabeça da mãe dela. O pai da gestante então usou o facão de prancha para bater nas nádegas da amante do marido da filha. 

Fuga de carro e arma jogada em rio 

Bruna fugiu do local com os pais e no caminho para Colíder, descarregou a arma e jogou a mesma em um rio. A gestante disse ao delegado que estava "cega e desesperada". Ela também explicou que nunca fez curso de tiro, mas chegou a praticar duas vezes com o marido. 

Segundo Bruna, ele não tinha posse, mas a arma tinha registro. O advogado da gestante informou que ainda não há pedido de prisão contra ela. 

"Até o momento não há pedido de prisão, tudo dependerá da interpretação do delegado e do promotor, mas devido às circunstâncias, acredito que as chances de ela responder em liberdade são grandes", disse Sílvio Eduardo Polidorio. 
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