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Terça-feira, 23 de julho de 2024

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Vereador é suspeito de hostilizar repórter e dizer que sargento preso por milícia privada irá “voltar a comandar a cidade”

Foto: Reprodução

Vereador é suspeito de hostilizar repórter e dizer que sargento preso por milícia privada irá “voltar a comandar a cidade”
Repórter da cidade de Brasnorte (570 km de Cuiabá) teria sido hostilizado pelo vereador Reginaldo Carreirinha (MDB), após veiculação de notícias referente ao indiciamento do parlamentar por crimes ambientais, associação criminosa, lavagem de dinheiro, entre outros. Em uma das falas, Carreirinha teria dito que o sargento da Polícia Militar Manoel Santos da Silva, preso por formar milícia privada, voltaria a trabalhar na região. “Nós vamos voltar a comandar a cidade”, teria dito. O policial supostamente citado pelo parlamentar armava emboscadas, instalava o medo em todos a sua volta e agia como dono da cidade. O sargento foi preso no dia 22 de julho. A motivação para a execução dos crimes seria domínio territorial para o tráfico de drogas. Na cidade fala-se em cerca de 40 homicídios com envolvimento do militar. Ao Olhar Direto, o vereador negou todas essas afirmações.


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Segundo informações obtidas com exclusividade pelo Olhar Direto, o repórter teria encontrado o vereador em frente à Prefeitura de Brasnorte conversando com outro homem, posteriormente identificado como sargento aposentado da PM.

Quando o profissional aproximou para cumprimentá-lo, o vereador teria mudado o tom de voz e passado a atacá-lo, dizendo que o veículo de comunicação que ele trabalha seria contra a Polícia Militar e que só “colocava o que o delegado queria”.

Ainda no local, Carreirinha teria dito que o sargento M. Santos estaria em liberdade e que logo voltaria a atuar na cidade. Teria dito também que o sargento A. retornaria ao comado da PM em Brasnorte. “Nós vamos voltar a comandar a cidade”, teria dito o parlamentar. Carrerinha nega a fala. 

Em outra ocasião, o mesmo repórter teria encontrado o vereador nas dependências da Prefeitura, mas ele teria agido como se não o conhecesse.

Alguns dias depois, o mesmo policial visto conversando com o vereador teria ido até o local de trabalho do repórter procurá-lo. Na primeira tentativa, o militar teria sido informado pela recepcionista que o comunicador estaria ocupado. O agente, então, retornou tempos depois e pediu para o repórter sair de dentro da empresa para ambos conversarem.

O repórter, no entanto, pediu que ele entrasse, mas o policial não aceitou. Posteriormente, o PM teria enviado uma mensagem ao repórter dizendo que iria fazer outras coisas. O militar recebeu voz de prisão por ameaça e desacato, mas o último delito foi desconsiderado e irá responder a um Termo Circunstanciado de Ocorrência. 

Procurado, o vereador e o advogado dele negaram qualquer envolvimento com os fatos. O advogado afirmou que não há qualquer procedidmento policial em nome parlamentar. 

Indiciamento 

Carreirinha e mais duas pessoas foram indiciados por crimes de estelionato, receptação, ambiental, tributário e de lavagem de dinheiro em inquérito policial instaurado na Delegacia de Brasnorte para apurar a compra e a venda de uma ilha pertencente à União e administrada pelo Incra. 

A área em questão é uma ilha localizada no Rio do Sangue, terra pública e de proteção especial por se tratar de área de preservação permanente. No local, os investigados construíram casas e uma estrada que cortava a ilha de uma ponta a outra. 

O inquérito policial foi concluído e encaminhado para o Poder Judiciário e Ministério Público, no dia 12 de dezembro, visando o andamento do processo criminal contra os indiciados.

Em outro caso, o vereador e outras três pessoas foram indiciados por prática de estelionato, receptação, crime ambiental, tributário e de lavagem de dinheiro, envolvendo a compra e venda de terras da União. O parlamentar foi apontado como parte de um esquema de venda de um lote destinado à reforma agrária na Gleba Tibagi. A Polícia Civil concluiu o inquérito que apontou os acusados de praticar os crimes. 
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