Diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues, afirmou que a Polícia Federal sob a gestão da superintentende Lígia Neves Lucindo deve atuar de forma estratégica em regiões de garimpo em Mato Grosso. Um dos principais garimpos utilizado por criminosos para extração ilegal de ouro fica na cidade de Pontes e Lacerda (440 km de Cuiabá) e é conhecido como Sararé.
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Durante a operação Rainha do Sararé, deflagrada em agosto de 2022, as investigações da Polícia Federal apontaram que no período de menos de três anos, foram identificados mais de R$ 47 milhões em movimentações suspeitas, fragmentadas em inúmeras transações, a fim de ludibriar a fiscalização realizada pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF). A organização criminosa atuava no ramo da extração de ouro.
Entre 2015 e 2020, o Brasil comercializou 229 toneladas de ouro com indícios de ilegalidade. O número foi levantado pelo novo estudo do Instituto Escolhas por meio da análise de mais de 40 mil registros de comercialização de ouro e imagens de extração.
Na manhã de terça-feira (4), durante a posse da nova superintendente, o diretor-geral da PF apontou que as ações para o fechamento de garimpos estão concentrados no setor de inteligência da polícia. Enfatizou ainda que ações como a da PF nas terras indígenas Yanomami devem ser replicadas em Mato Grosso e outros estados.
"Os crimes ambientais em geral, não apenas o garimpo, mas também o desmatamento e ataque aos biomas estão focados na atividade de inteligência. Nós fomos em Roraima, no Amazonas, nas áreas de garimpo dos indígenas Yanomami e estamos atuando fortemente a extinguindo alguns garimpos da região. Então essa é uma estratégia que deve ser replicada. Não temos uma estrutura na qual podemos atacar todos os problemas ao mesmo tempo então vamos avançando passo a passo", afirmou.
O garimpo ilegal nas terras Yanomami cresceu 54% em 2022 e devastou novos 1.782 hectares, conforme os dados do Instituto SocioAmbiental. O monitoramento da Hutukara Associação Yanomami (HAY) aponta crescimento acumulado de 309% do desmatamento associado ao garimpo entre outubro de 2018 e dezembro de 2022.
