O delegado da Polícia Civil, Luiz Felipe Leoni, afirmou que os intregrantes da organização criminosa que desviava cargas de cerveja da Ambev, em Cuiabá, falsificavam notas fiscais para fazerem o repasse dos produtos. Ao todo, a empresa sofreu um prejuízo de R$ 12,8 milhões.

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Segundo a investigação, a execução dos crimes contava com a participação de empregados que atuavam em funções de conferencistas, porteiros, motoristas, ajudantes de motorista e carregadores. A investigação foi referente aos anos de 2021 e 2022.

O grupo envolvido desviava as cargas que eram devolvidas por clientes da cervejaria. Para isso, era falsificada uma declaração pelo conferencista e o porteiro da cervejaria confirmando que houve a entrada dos lotes de cervejas na fábrica.

Em seguida, as cargas das bebidas eram desviadas aos receptadores sendo que o principal deles é o empresário Luis Queiroz Gontijo que é proprietário da distribuidora Itália no bairro Jardim Renascer.  Ele foi preso com R$ 1,3 milhão em espécie que estava guardado em um cooler.

"A gente percebeu que todos os desvios levavam até essa distribuidora. São dois anos que a gente sabe, tinham várias pessoas envolvidas. Tinha falsificação de notas, falsificavam os documentos para poder declarar uma situação irreal. Chegava dele (Luiz Gontijo), porque ele era o distribuidor principal. Eles furtavam da Ambev e levavam para essa distribuidora. A Ambev estava sendo muito lesada nisso", apontou o delegado.

Ainda conforme a autoridade policial, quando os trabalhadores eram contratados na empresa, os integrantes do grupo criminoso passavam a questioná-los sobre a possibilidade de participar do esquema. 

Caso o empregado rejeitasse, ele era ameaçado de morte para não relatar o esquema e coagido a pedir demissão. 

A investigação

A Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Cuiabá (Derf) cumpriu 48 mandados judiciais dentro da Operação Ceres, contra uma associação criminosa que se formou para praticar diversos crimes contra uma fabricante nacional de bebidas instalada na capital. 

O inquérito policial instaurado apura os delitos de associação criminosa, lavagem de dinheiro, furto qualificado, receptação qualificada e falsidade ideológica contra uma quadrilha que se associou para desviar bebidas alcoólicas de cinco marcas produzidas pela cervejaria nacional.

A investigação da Polícia Civil iniciou a partir do recebimento de uma denúncia da Associação Brasileira de Combate à Falsificação apontando que estavam ocorrendo desvio frequentes de lotes das marcas Budweiser, Skol, Antártica, Brahma e Stella Artois da empresa fabricante.