A pouco mais de um mês para o término do prazo da intervenção do Estado na Saúde de Cuiabá, a possibilidade de uma nova prorrogação da medida tem sido levantada nos últimos dias, principalmente após a interventora Daniella Carmona afirmar que o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) cortou R$ 600 milhões do orçamento da pasta para o ano de 2024.
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Como já havia feito em outras ocasiões, o governador Mauro Mendes (UNIÃO) disse que, por ele, a medida se encerra no prazo determinado pela Justiça - em 31 de dezembro. Segundo o chefe do Executivo, a intervenção é uma medida excepcional endossada pela Justiça a partir de denúncias graves acerca da Saúde municipal de Cuiabá.
“Se a intervenção aconteceu a pedido do Ministério Público, foi determinada pelo Tribunal de Justiça e confirmada por todas as cortes do judiciário brasileiro, significa que algo de grave estava acontecendo. Desconhecer isso é desconhecer o que acontecia na saúde de Cuiabá. E questionar isso é questionar todo o sistema do judiciário brasileiro, porque todos já corroboraram e afirmaram essa tese”, disse.
“A continuidade tem o prazo até o dia 31 de dezembro. Eu, particularmente, sou favorável que se termine. Agora, eu quero o melhor para a população de Cuiabá. Nós conseguimos colocar médicos nos postos e, por exemplo, disponibilizar medicamentos. São dados concretos e reais. A cidade sabe disso e todo mundo via o que estava acontecendo”, completou.
Mendes destacou que uma eventual prorrogação da intervenção precisa ser discutida e conversada com a própria interventora e os órgãos de controle que vêm acompanhando e fiscalizando os trabalhos, como o Ministério Público e o Tribunal de Contas.
“A decisão é deles”, destacou o chefe do Paiaguás. “Coube a mim apenas indicar a pessoa que seria o interventor. Se eles vão querer que continue ou não, essa é uma conversa que ainda precisamos ter. Essa decisão não passa pelo governador.”
Na última semana, o procurador-geral de Justiça do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), Deosdete Cruz, disse em entrevista que não descarta a possibilidade de solicitar à Justiça uma nova extensão da intervenção. Ele, porém, não falou em prazos.