Reeleito deputado federal em 2022 pelo Partido Liberal (PL), José Medeiros planeja concorrer a uma vaga no Senado Federal daqui a dois anos, quando duas vagas serão abertas para Mato Grosso. Em entrevista ao Olhar Direto nesta semana, o parlamentar garantiu já ter um acordo firmado com o ex-presidente Jair Bolsonaro, presidente de honra do partido, e o presidente nacional da sigla, Valdemar da Costa Neto, para que seu nome seja lançado à disputa.
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Na eleição suplementar para o senado em 2020, Medeiros ficou na quarta colocação. Atrás de Nilson Leitão (3º) e Coronel Fernanda (2º), apoiada na época por Bolsonaro. O vencedor foi Carlos Fávaro, atual ministro da Agricultura do governo Lula (PT).
A declaração do parlamentar ocorreu quando ele foi questionado sobre a ida de correligionários até o ex-presidente para tentar “tomar" a vaga de 2026 que, como ele próprio disse, já está acordada ser dele. Essa garantia, diz Medeiros, foi dada no pleito há cerca de dois anos, quando havia uma única vaga em disputa para o Senado. Na época, ele pleiteava candidatar-se, mas recuou após pedido do ex-presidente Bolsonaro.
“Quando eu estava pra ser o candidato na eleição de 2022, o [então] presidente [Bolsonaro] falou: ‘olha, Medeiros, o Valdemar quer esse candidato e tal’. “Eu perguntei, e na próxima?”. Ele disse que Bolsonaro respondeu: “Na próxima é você’. “E ficou esse compromisso, tanto do presidente Jair Bolsonaro quanto do Valdemar”
O candidato a que Bolsonaro se referiu para Medeiros era o então senador Wellington Fagundes. Ele foi à reeleição em 2022 e venceu com tranquilidade numa coligação com o União Brasil do governador Mauro Mendes, também reeleito.
Medeiros afirmou à reportagem que não acredita que esse compromisso seja desmanchado e foi além: citou a possibilidade de uma nova dobradinha com o União Brasil, como em 2022.
“Hoje eu confio muito neles e não creio que isso vá ser desfeito. Lógico que a política é dinâmica e a gente tem que estar preparado para tudo, mas a tendência é se tudo continuar normal, a gente fazer uma dobradinha com a União Brasil e ter um candidato do PL ou da União Brasil”, disse. “Mas isso tá longe. Isso a gente sabe que o desenrolar das coisas é que a gente vai saber como é que vai ficar”.
No mesmo ano de 2022, porém, Medeiros criticou a aliança entre PL e União Brasil. Na época, ele chamou a coligação entre as duas legendas de oportunismo do governador Mauro Mendes. Dois anos antes, em 2020, no início da pandemia, Medeiros subiu o tom contra o chefe do Executivo por ele assinar uma carta junto a outros 19 governadores na qual defendiam o Congresso Nacional ante os ataques do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O deputado também chegou a fazer uma cruzada contra o BRT, modal escolhido pelo chefe do Palácio Alencastro para substituir o VLT. Em 2021, Medeiros afirmou que estava coletando assinaturas para abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Federal para investigar a troca dos meios de transporte.
Caso a dobradinha entre PL e União volte a se concretizar, como deseja Medeiros, um dos nomes cotados para concorrer pelo União Brasil é o próprio governador Mauro Mendes. Resta saber, no entanto, se as “diferenças” entre eles dois estarão superadas daqui a dois anos pela nova coligação.
Além de Mauro Mendes, a deputada estadual Janaina Riva (MDB) deve entrar na briga por uma das vagas em 2026. Ao contrário de governador, ela tem praticamente se colocado como pré-candidata. Os atuais senadores Jayme Campos (UNIÃO) e Wellington Fagundes (UNIÃO), caso queiram, também podem tentar um novo mandato.
