O ex-ministro da Agricultura e ex-deputado federal por Mato Grosso, Neri Geller (PP), ficou sabendo de sua demissão do cargo de secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Abastecimento (Mapa) via imprensa. Inclusive, durante a reunião matutina desta terça-feira (11), ele nem teria colocado à disposição, pois entende que ele "não deve e nem tem o que temer".

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A reportagem tentou falar com Neri Geller durante toda tarde, após repercussão nacional de sua saída da secretaria, mas não obteve resposta. No entanto, fontes próximas entendem que ele teria sido "traído", pois saída ou demissão não teriam sido tratadas na reunião, mas após o término do encontro no Palácio do Planalto, ele foi surpreendido com a notícia. 

Quem está próximo de Neri, diz que ele está aguardando uma ligação ou reunião com ministro da pasta, Carlos Fávaro, que apenas confirmou sua saída após repercussão negativa do caso do leilão de arroz realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). 

Por enquanto a saída de Neri não foi oficializada em Diário Oficial. No entanto, dentro da Conab, as pessoas disseram que Neri foi o primeiro a ser contra o leilão de arroz, no entanto ele não sabia que um de seus ex-assessores faria parte da sociedade de uma das empresas vencedoras do leilão. Até o início da tarde, a informação era de que para evitar uma escalada maior do caso, Neri teria pedido para sair. O que, segundo apurou a reportagem, não aconteceu. 

À imprensa, a Conab disse que existe arroz suficiente estocado e não é necessário fazer leilão. O que já era defendido por Neri. Mas, o caso passou a ser mais emblemático quando começou a suspeitar que existira fraude no leilão. Por conta disso, Neri está aguardando um posicionamento oficial do Mapa para saber o motivo que o deixa fora do grupo.