A exoneração do agora ex-secretário de Agricultura Familiar (Seaf) Luluca Ribeiro, informada na tarde desta terça-feira (23) via edição extra do Diário Oficial do Estado, teria sido motivada por um descontentamento do vice-governador de Mato Grosso, Otaviano Pivetta (Republicanos), com a condução da pasta, no que tange uso de emendas parlamentares.
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Conforme levantou a reportagem, os deputados Dilmar Dal Bosco (UNIÃO) e Carlos Avalone (PSDB), chegaram a ir à Casa Civil tentar demover o Governo do Estado da ideia de substituir Luluca, que era uma indicação do MDB. Segundo fontes do
Olhar Direto, a resposta da Casa Civil teria sido um "vamos ver como ajudar".
Apesar de o assunto já ser comentado e até esperado por parte de alguns deputados, inclusives do MDB, os parlamentares gostavam do trabalho de Luluca, principalmente por ser um secretário que recebia as demandas da ALMT e dava encaminhamento. Na tarde de terça-feira houve a exoneração de Luluca e todos seus adjuntos.
A reportagem apurou que teria desagradado Pivetta a aquisição de Kits Agrícolas, com recursos de emendas parlamentares, com valores acima dos que foram pagos em 2022. Cada kit naquele ano custava ao estado R$ 2.090,00. No entanto, em 2021, custaram cerca de R$ 2.420,00 para os cofres de Mato Grosso e em 2024, na gestão de Luluca, o valor pago foi de R$ 2.124,00 (menor que 2021, mas maior que em relação a 2022).
A aquisição teria acontecido sem Pivetta ter sido informado. A saída de Luluca chamou atenção de todos os deputados da base, inclusive da deputada Janaina Riva (MDB), que é uma das aliadas de Pivetta e também teria sido pega de surpresa com a saída de seu correligionária.
Investigação interna
A Controladoria-Geral do Estado abriu processo de investigação sobre possíveis irregularidades e problemas na Seaf sob a gestão do agora ex-secretário Luluca Ribeiro.
Luluca foi exonerado assim como toda a sua equipe de gestão da pasta nesta terça-feira (23). O desligamento foi oficializado pelo governo por meio de nota oficial que explicitava que a decisão foi tomada para fazer uma “correção na gestão”.
A reportagem do Olhar Direto contatou a CGE que confirmou abertura de investigação interna sobre a gestão Luluca. Como os trabalhos estão em andamento, a estrutura interna do governo não passa detalhes da situação.
“A CGE não se manifesta sobre processos em andamento", limitou-se a dizer, por meio de nota a controladoria. A reportagem entrou em contato com Luluca Ribeiro horas após a confirmação da exoneração e o ex-secretário afirmou que não tem conhecimento do procedimento interno. “Não estou sabendo de nada”, limitou-se a dizer.