O motorista de aplicativo Kenio Carlos Orben de Arruda, de 29 anos, assassinado em abril do ano passado por membros do Comando Vermelho (CV), foi atraído para o local de sua execução sob a promessa de entregar drogas para uma cliente. O rapaz vendia entorpecentes na modalidade “delivery”, sem a autorização do grupo, apontou as investigações da Polícia Civil.
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Motorista de aplicativo foi morto por entregar drogas sem autorização de facção, aponta investigação
Em entrevista ao
Olhar Direto, o delegado Edison Pick, explicou que o rapaz foi vítima de uma emboscada e atraído por uma mulher, com a promessa de entregar drogas para uma cliente. A autoridade policial conta que ao saber que Kenio vendia os entorpecentes sem a devida autorização da facção criminosa, isso irritou os membros, que mandaram executar a vítima.
"O motorista de aplicativo foi atraído com a promessa de entregar drogas para um cliente. O fato teria irritado membros do Comando Vermelho, que mandaram executar a vítima", declarou o delegado.
“Ele não foi raptado, nem nada. A pessoa, essa mulher, encaminhou a localização de onde ela estaria, que é o local onde ele foi executado”, acrescentou.
Pick também revelou que a DHPP elaborou uma investigação paralela a fim de localizar a prender a suspeita envolvida na participação da morte do motorista de aplicativo.
“As pessoas que chamaram ele, para quem faz as entregas... são objeto de outras investigações. Hoje, ficamos apenas com o homicídio dele. [A investigação vai apontar] quem praticou o homicídio e por que praticou”, disse.
“Essa suposta mulher que a gente está tentando identificar. A gente quer saber se ela tem participação [no crime] ou se ela criou um usuário de WhatsApp para atrair a vítima para o seu homicídio”, complementou.
Relembre
O corpo de Kenio foi encontrado com várias marcas de disparos de arma de fogo em uma área de mata no bairro Parque Ohara, em Cuiabá, dentro de um veículo modelo Sandero. Imagens obtidas pela equipe de investigação mostraram a movimentação dos veículos suspeitos – uma motocicleta e um carro VW Gol – nas proximidades do local onde o corpo foi deixado.
A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) identificou quatro envolvidos no assassinato, que tiveram suas prisões temporárias decretadas pelo Poder Judiciário. De acordo com os elementos probatórios reunidos, Kenio estava atuando na entrega de entorpecentes por meio de delivery, atividade que não era autorizada pela organização criminosa, o que motivou a execução.
Nesta terça-feira (27), a DHPP deflagrou a operação Delivery Brown, para cumprir seis ordens judiciais – entre prisões e mandados de busca e apreensão – contra os envolvidos no crime.
Os mandados de prisão e busca foram cumpridos em diversos pontos de Cuiabá, incluindo os bairros Parque Ohara, Pedra 90 e Dom Aquino, além da Penitenciária de Várzea Grande. As investigações continuam em andamento, e a DHPP segue trabalhando para identificar outros possíveis envolvidos no crime.
