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Terça-feira, 17 de setembro de 2024

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DEDOS CORTADOS

Jovem morta ligou para candidato a prefeito para pedir dinheiro de suposto resgate

Jovem morta ligou para candidato a prefeito para pedir dinheiro de suposto resgate
Rayane Alves Porto, 25 anos, candidata a vereadora de Porto Esperidião (325 km de Cuiabá) que foi torturada e morta por membros da facção Comando Vermelho (CVMT), ligou para o candidato a prefeito da cidade Herculis Albertini Venturelli (PSD) e pediu apoio financeiro para deixar a residência onde foi morta. A informação consta de um dos depoimentos de uma das vítimas dos criminosos. Até o momento, 10 pessoas foram presas por envolvimento no crime. 


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O autor do depoimento não será revelado. Ele, de acordo com investigações, estava na lista para morrer, mas conseguiu fugir e acionar a Polícia Militar.

A ligação foi feita por Rayane após um líder do grupo, que está preso na Penitenciária Central do Estado (PCE) e apontado como o mandante do crime, ter pedido o valor de R$ 100 mil para liberar as vítimas. 

Uma das opções da candidata foi o candidato a prefeito. No depoimento, no entanto, se o político contribuiu com o valor. 

Outro detalhes

O depoente informou à equipe investigativa que tinha conhecimento de que a motivação dos crimes seria uma foto em que as vítimas postaram com menção ao número três. O gesto seria referência à facção do Primeiro Comando da Capital (PCC) – grupo rival do CV. 

Isso teria sido o motivo da ordem de execução. A vítima explicou aos investigadores que, após a publicação da foto, ficou sabendo que pessoas do Comando Vermelho iriam tirar satisfação por conta da imagem. Ele explicou que de imediato a foto foi retirada da rede social, mas que outra estava “rolando” no grupo de integrantes do grupo criminoso. 

A vítima contou que, na noite de sexta-feira (13), chegaram ao show na Beira Rio de Porto Espiridião, e determinado momento viu quando integrantes do grupo criminoso abordaram Rayane e Rithieli Alves Porto (também morta) e um amigo. Ele contou que tinha em torno de oito pessoas nas proximidades. 

De acordo com o ele, os criminosos queriam saber a motivação da foto e se estavam ligados ao PCC.

A pessoa que prestou depoimento disse que os criminosos na própria festa ligaram para o “Véio” por meio de chamada de vídeo e que o local era “claro” e que estava com um fone de ouvido. A duração da chamada foi em torno de três horas. 

O Véio, segundo o depoente, falava algumas coisas sem sentido, que o pessoal era ligado ao PCC e que a vereadora (Rayane) queria “tomar o poder dele”. Os homens ainda pegaram os celulares da vítima e viram que não tinha nada. “Elas apenas faziam o símbolo do rock”, diz trecho do depoimento. 

Na sequência, os criminosos obrigaram a todos deslocarem até uma residência. No imóvel, já na madrugada do dia 14, os criminosos cortaram o cabelo de Rithieli e de Rayane com faca. Ele acrescentou que, em um primeiro momento, ficaram todos em um mesmo quarto. 

Em determinado momento, o Véio conversou diretamente com Rayane, Rithieli e com outra vítima. A todo momento, o assassino falava que elas queriam tomar a cidade dele e que eram do PCC. 

Após cortar o cabelo, levaram Rayane para outra sala e bateram nela. Na sequência, os assassinos cortaram dois dedos da mão de Rayane e um do pé do amigo delas. 

Durante as sessões de tortura, Véio disse que queria R$ 100 mil para soltar as vítimas “senão iria matar a todos”. “Que Rayane fez uma ligação do celular pessoal dela para o Hércules (candidato a prefeito). No depoimento, não informaram se o candidato depositou algum valor à vítima. 

Na sequência, ligaram para outro amigo indicado pelas vítimas. Esse indicado depositou o valor de R$ 11 mil. Após os fatos, policiais civis e militares saíram em buscas e 10 pessoas foram presas.
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