Marcado pela estrela do PT, o candidato Lúdio Cabral tem reforçado a estratégia de tentar amenizar e até se desvencilhar do desgaste que o partido enfrenta entre os eleitores cuiabanos. Tanto no horário eleitoral quanto nas inserções de rádio e TV, o petista apresenta depoimentos de eleitores que afirmam votar nele para prefeito de Cuiabá, apesar de sua filiação ao partido do presidente Lula.

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Em um desses depoimentos, uma eleitora se declara bolsonarista, mas afirma que votará em Lúdio porque ele é médico. Os programas também exibem trechos de falas do candidato, nas quais ele destaca que quer ser o prefeito da população cuiabana, e não do PT.

A estratégia de tentar se distanciar da imagem do partido é percebida desde a pré-campanha, quando Lúdio adotou um discurso contra a polarização entre esquerda e direita. Ele afirmou que "buraco não tem ideologia política" e ressaltou que a população conhece sua trajetória como médico da rede pública e na política.

Na prática, ele "escondeu" o vermelho, símbolo do partido, em seus materiais de campanha, apostando em outras cores. Até em sua vestimenta, adotou a camisa branca de botões como marca. Em alguns momentos, até mesmo o número de sua candidatura parece ser relegado ao segundo plano. Nos debates, por exemplo, demorou a aparecer com o adesivo do número 13 colado no peito, enquanto seus adversários destacavam bastante os números de suas campanhas.

Apesar dessas estratégias e da narrativa reforçada, o PT parece agir como uma âncora, pesando sobre a candidatura de Lúdio. Isso se reflete nas pesquisas de intenção de voto, onde sua candidatura não decolou. Segundo a pesquisa Quest, divulgada nesta terça-feira (17) - MT-09476/2024 -, Lúdio aparece com 48% de rejeição, o mais alto entre os quatro principais candidatos.