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Quinta-feira, 26 de setembro de 2024

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propina e burocracia

Esquema de corrupção no DAE criava dificuldades artificiais para a população no acesso à água em Várzea Grande

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Esquema de corrupção no DAE criava dificuldades artificiais para a população no acesso à água em Várzea Grande
A população de Várzea Grande enfrenta há anos o problema da escassez de água. Para piorar a situação, a Polícia Civil revelou através da Operação Gota D’Água um esquema de corrupção dentro do Departamento de Água e Esgoto (DAE), responsável pelo  fornecimento de água na cidade. De acordo com a operação, foram identificadas diversas situações em que foi dificultado o acesso da população várzea-grandense à ligação de água, com problemas artificialmente criados, além de diversas situações de cobrança de propina. 


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Tudo de forma proposital, diz a polícia. A investigação apontou que a prática criminosa dificultava ainda mais o acesso da população à água. Segundo elementos coletados pelos investigadores, alguns servidores realizavam o trabalho rotineiro apenas mediante pagamento de propina. E a situação era de conhecimento do chefe do setor, que é apontado como um dos líderes da organização criminosa.

Durante a investigação da Deccor foi identificada a cobrança de valores, por servidores públicos, para a execução de serviços que eram devidos pelo DAE aos consumidores. Auditorias ainda revelaram prejuízos para a autarquia em razão da exclusão ilegal de débitos e também em razão de diminuição indevida de valores de faturas, tudo mediante recebimento de dinheiro por servidores.

Em relação apenas às duas últimas espécies de fraudes, a estimativa é que desde 2019, a autarquia tenha sofrido um prejuízo de aproximadamente R$ 11,3 milhões.

Foi determinado o sequestro de 6 imóveis e 26 veículos, além do bloqueio de valores das contas dos 22 investigados no valor do prejuízo estimado.

A operação prendeu o diretor do Departamento de Água e Esgoto (DAE-VG), Alessandro Leite, e o vereador Pablo Pereira (UNIÃO). O parlamentar foi afastado do cargo por ordem da Justiça e teve um mandado de busca e apreensão cumprido no gabinete dele na Câmara de Vereadores.

O prefeito de Várzea Grande, Kalil Baracat (MDB), determinou  que todos os servidores comissionados, contratados ou estagiários envolvidos no esquema serão demitidos. Ele também solicitou a instauração de uma PAD para apurar a participação de todos os servidores efetivos envolvidos, sejam eles da própria autarquia ou cedidos de outros órgãos, bem como seus afastamentos.

A Operação Gota d’Água está em sua segunda fase. Na primeira fase foram realizadas medidas probatórias, todas com autorização judicial, e oitivas de mais de 80 testemunhas e declarantes e requisitados documentos ao órgão.
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