A mulher que seria a mandante do homicídio do advogado Roberto Zampieri, de 57 anos, foi identificada como sendo a empresária mineira Maria Angélica Caixeta Gontijo. A suspeita está envolvida em um processo por disputa de terra em Ribeirão Cascalheira (a 772 km de Cuiabá), que tinha como representande da parte contrária o advogado morto.
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Maria Angélica foi presa nesta quarta-feira (20), na cidade de Patos de Minas, em Minas Gerais, poucas horas após o suspeito de executar o crime também ser detido.
O atirador foi identificado como Antônio Gomes da Silva, e também foi preso em Minas. A arma possivelmente utilizada no crime também foi apreendida, e estava com a empresária.
Informações da Polícia Civil apontam que ambos estavam com mandados de prisão expedidos pela Justiça. Antônio Gomes é ouvido pelo delegado Edson Pick, da DHPP, que se deslocou até Belo Horizonte, para colher depoimento dos suspeitos, após diligências e apoio da Polícia Civil de Minas Gerais.
A dupla de suspeitos deve ser recambiada para Mato Grosso até sexta-feira (22). A motivação do crime também está sendo investigada.
Horas após prender o agora assassino confesso, a Polícia prendeu uma mulher que seria a mandante do crime, ocorrido no Bosque da Saúde, em Cuiabá. Ela, que não teve identidade divulgada, e o atirador Antônio Gomes da Silva, estavam em Minas Gerais. A arma possivelmente utilizada no crime também foi apreendida.
Angélica aparece como parte em processos judiciais. Em um deles, que trata de uma disputa judicial por uma fazenda de 5,1 mil hectares em Ribeirão Cascalheira, o advogado da parte contrária era Roberto Zampieri.
Uma mulher identificada como A.N.G. ajuizou uma “ação de manutenção de posse” contra Maria Angélica Caixeta Gontijo. Ela diz que, junto com seu marido, A.S., comprou a fazenda dos pais de Maria e afirma ser a proprietária da área desde 2017.
Conta também que efetuou diversas benfeitorias e melhorias, além da compra de gado, contratação de funcionários e colaboradores. Em novembro de 2021, entretanto, começou a sofrer ameaças de Maria Angélica.
Relatou que a ação da mulher resultou na “destruição de cercas de divisa, remoção de marcos demarcatórios e abertura de estrada e clareira nas pastagens nativas do imóvel”.
Em resposta, os pais de Angélica, representados pela filha, alegaram que eram os proprietários e possuidores da Fazenda Lago Azul. Por isso, ajuizaram uma ação de interdito proibitório com pedido de liminar - instrumento utilizado quando há a existência de violência iminente contra o direito de posse - contra A.S., esposo de A.N.G.
Após o andamento processual, a fazenda foi vendida para E.R., que viria a ser cliente de Zampieri. No entanto, Maria Angélica enviou uma notificação extrajudicial a E.R. informando-o que deseja rescindir o negócio pela suposta falta de pagamento. Porém, não houve a rescisão e a compra foi mantida.
Mesmo assim, o advogado disse que Maria Angélica não cumpriu a decisão da Justiça e, com a ajuda de homens armados, invadiu a fazenda.
“E não satisfeita com a ordem judicial, a Sra. maria angélica invadiu a fazenda com homens armados impedindo a entrada do Sr. E.R. ou pessoa por ele autorizada, afrontando a ordem judicial e o direito de posse deste requerente, o que atrai a urgência do pedido através deste incidente”, escreveu Zampieri em 20 de dezembro.
Na ocasião, ele requereu, com urgência, expedição de um mandado proibitório, instrumento que visa garantir o direito de propriedade a um indivíduo, impedindo, assim, qualquer tipo de ameaça de invasão, destacando Maria Angélica e seus representados no contrato.
