João de Deus da Silva, suspeito de caçar três onças pintadas em Cáceres (223 Km de Cuiabá), receberia até R$ 5 mil por cada animal abatido. O caçador foi preso na noite desta sexta-feira (31), por maus tratos a quatro cães (de orelhas cumpridas) que teriam sido usados para a caça.

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O caso ganhou repercussão na semana passada, quando vídeo mostrou um filhote de onça amarrado em galho de árvore ao lado da possível mãe e irmão, que tiveram as cabeças arrancadas pelo caçador.

Conforme o auto de prisão em flagrante, o delegado Marlon Richer Nogueira pediu a prisão preventiva de João de Deus na tarde deste sábado (1º). O Ministério Público Estadual pediu vista para analisar o requerimento.

De acordo com depoimento de dois investigadores da Delegacia do Meio Ambiente, João foi abordado pelas equipes da Dema e do Gefron, por volta das 19 horas desta sexta, a bordo de uma Ranger branca, passando pela barreira da fronteira, com quatro cachorros sendo transportados de maneira irregular.

Durante a abordagem, os policiais identificaram que alguns dos cães apresentavam machucados. Diante do fato, João de Deus e o motorista da camionete, Laudelino Luis Ferreira Neto, foram conduzidos até a delegacia de Cáceres.

Ainda de acordo com os depoimentos anexados ao auto de prisão, João de Deus teria contratado um homem identificado apenas como Wesley para transportar, inicialmente, seis cães de Várzea Grande até Cáceres. O valor foi recebido da conta de Maria Aparecida Hernandes Ferreira, no dia 13 de março. Já a contratação do serviço teria partido da esposa de João de Deus, Maria Bispo de Guimarães.

Segundo os investigadores, o combinado era encontrar Laudelino, que esperava João de Deus em Cáceres com a Ranger branca. Após transferirem os cães para a camionete, João e Laudelino se deslocaram até a Fazenda Bahia de Pedra I e II. Imagens de câmeras de segurança comprovam o trajeto feito pela dupla.

Os agentes da Dema também relataram que João de Deus teria comprado os seis cães por R$ 6 mil. Apenas quatro deles foram encontrados, já que um escapou antes de chegar em Cáceres. Não há relato sobre o segundo cão não encontrado.

Após prestar depoimento ao delegado Marlon, Laudelino foi liberado. A Dema continua as investigações para confirmar a autoria do crime.