Os professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) votaram pelo encerramento da greve docente na instituição, nesta segunda-feira (1º), durante Assembleia Geral. A ampla maioria votou a favor da medida.
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Os docentes ainda definiram a volta às aulas para a próxima segunda-feira (08). Já a atividade dos professores retorna nesta quarta-feira (03).
A reunião ocorreu conforme orientação do Comando Nacional de Greve do Andes Sindicato Nacional, que indicou às bases a saída coletiva da greve até 03 de julho.
Ainda ficou definido a data da próxima Assembleia Geral, na quarta-feira, quando os docentes irão construir uma proposta de calendário e enviar ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe).
Durante o encontro, a professora Alair Silveira relatou uma certa pressão da Assessoria Jurídica do Andes-SN para a assinatura do acordo, durante a reunião do Comando Nacional de Greve no último final de semana. Devido a sua fragilidade, alguns docentes, críticos ao encerramento da greve neste momento, estão chamando o acordo de “carta de intenções”.
Segundo a docente, a Assessoria Jurídica afirmou que a assinatura do acordo representaria uma segurança, no entanto, não teve firmeza ao analisar se o documento restringirá a mobilização em torno de pautas econômicas nos próximos anos. O texto diz, na cláusula oitava: “O presente Acordo não compromete o direito das entidades sindicais em apresentarem outras pautas, não remuneratórias, nos foros adequados”.
Durante o ponto de pauta mais aguardado da assembleia, os docentes decidiram encerrar a greve, não por indisposição para continuar, mas por entender que o Comando Nacional de Greve induziu a categoria a finalizar o movimento de forma precoce.
Para o professor Marcos Caron, apesar de todas as contradições, a greve foi positiva não apenas pelos ganhos, mas pelo resultado político, entre eles, o fortalecimento do Andes-Sindicato Nacional e enfraquecimento da Proifes-Federação, entidade que disputa a base do Andes-SN desde 2012.
A professora Alair Silveira avaliou que a greve foi forte, partiu efetivamente da base, em muitos lugares à revelia das direções - como ocorreu dentro da própria Proifes. No entanto, em suas palavras, a proposta é “horrorosa sob todos os aspectos”.