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Terça-feira, 16 de julho de 2024

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Cidade mais bolsonarista de Mato Grosso tem histórico de rejeição a candidatos petistas; saiba qual

Foto: Reprodução

Cidade mais bolsonarista de Mato Grosso tem histórico de rejeição a candidatos petistas; saiba qual
Colíder (631 Km de Cuiabá) é local onde candidatos petistas à Presidência da República não tem vez. O município, que alcançou o patamar de o mais bolsonarista de Mato Grosso nas eleições de 2018, tem mais de 24 mil aptos a votar e um histórico de forte rejeição a Lula, Dilma Rousseff e Fernando Haddad, que ficaram longe de conquistar a maioria do eleitorado colidense.


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Na eleição passada, o presidente Jair Bolsonaro (PL) teve votação expressiva, com 13.051 (82,6%) dos votos dos moradores de Colíder no segundo turno contra Haddad, que assumiu a candidatura por conta do impedimento de Lula, que estava preso e condenado em segunda instância - decisão revertida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou todos os processos criminais contra o ex-presidente.

A rejeição a um candidato petista, no entanto, não é novidade na cidade. Em 2002, quando Lula venceu José Serra (PSDB) no segundo turno, o município registrou uma das menores votações proporcionais ao petista. Na época, apenas 4.313 (31,9%) eleitores votaram nele.

Quatro anos depois, Lula foi reeleito, mas 11.850 (77%) colidenses votaram em Geraldo Alckmin (então no PSDB), repetindo um dos menores percentuais de votos favoráveis ao líder do PT - 3.535 (22,9%).

Em 2010, quando Lula apadrinhou Dilma, o eleitorado do município continuou a rejeitar a sigla, já que a ex-presidente recebeu apenas 3.885 votos (24,5%) – segundo menor índice em Mato Grosso -, contra 11.954 (75,5%) de Serra no segundo turno.

Quando enfrentou Aécio Neves (PSDB), em 2014, Dilma também perdeu em território colidense, recebendo apenas 22,3% dos votos no segundo turno – 3.567 ao total.

Quando comparado ao resultado geral de Mato Grosso, a população de Colíder nem sempre refletiu a opinião do Estado, já que Lula foi o mais votado em 2002 (54,4% - 649.100). Nos outros anos houve coincidência, uma vez que o ex-presidente perdeu em 2006 (49,6% - 711.177); assim como Dilma e Haddad perderam em 2010 (48,8% - 729.747), 2014 (45,3% - 717.230) e 2018 (33,58%).

O ápice de rejeição ao petismo foi registrado em 2018, quando Colíder foi o munícipio com maior votação proporcional de Bolsonaro, no comparativo dos 122 com vitória do presidente. O município ficou a frente de Itanhangá (2.364 – 79,73%), Água Boa (8.733 – 79,46%) e Guarantã do Norte (11.228 – 79,12%).



O município

A ocupação das terras da região ocorreu no tempo dos incentivos fiscais e projetos do Governo Federal da década de setenta. Colíder foi criada através de lei estadual de dezembro de 1979 e ficou famosa devido a produção agropecuária e também aos garimpos nas décadas de 80 e 90; passando pelo processo de extração de madeiras e, por conseguinte a pecuária e a industrialização, por meio de frigoríficos e curtume, atividades do comércio e prestação de serviços.

Localizada as margens da MT 320 e a 32 km a esquerda da BR-163, situada em um ponto estratégico do Norte mato-grossense, Colíder está a 180 km da divisa com o Pará. É apontado como pólo microrregional, compreendendo 11 municípios, que englobam uma população de aproximadamente 170 mil habitantes.

De acordo com dados do IBGE em 2020, o salário médio mensal era de 2.1 salários mínimos. A proporção de pessoas ocupadas em relação à população total era de 20.8%. Na comparação com os outros municípios do estado, ocupava as posições 98 de 141 e 35 de 141, respectivamente.

Conservadores e tradicionais

Prefeito eleito em 2020 com 32,69% dos votos válidos, Hemerson Lourenço Máximo (Patriota), conhecido como Maninho, avalia que a série histórica de rejeição ao PT se deve ao perfil conservador e tradicional dos colidenses.

O município que cresceu com a mineração está cada vez mais avançada no setor agropecuário, o que também explica a forte identificação com Bolsonaro. “Temos três frigoríficos, um curtume e laticínio. Temos base bem consolidada na pecuária, na agricultura e na agricultura familiar. Temos rebanho de 40 mil cabeças de gado leiteiro. Plantamos 30 mil hectares de soja. A agricultura entra com força no município nos últimos anos”.

“Colíder se consolida como pólo comercial, com várias empresas do agro sendo instaladas, temos comércio forte, rede hoteleira, Hospital Regional, distrito indígena, Unemat e outras faculdades particulares. Município que tem uma atividade agropecuária muito forte. A mineração teve sem boom nos anos 80 e 90, depois recuou, mas hoje volta com muitas áreas sendo requeridas aos órgãos responsáveis”, completou.

Maninho, alinhado com Bolsonaro e com o governador Mauro Mendes (União), ainda avalia que o resultado de 2018 deve se repetir nas eleições deste ano, em que Bolsonaro enfrenta Lula.
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