O governador Mauro Mendes (União) voltou a condenar a proposta de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa (ALMT) para investigar possíveis irregularidades na Secretaria Estadual de Saúde (SES). O gestor aponta que o movimento é uma tentativa de alguns parlamentares ganharem destaque na mídia, além de representar um risco à boa relação institucional do Palácio Paiaguás com o Legislativo.
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O requerimento para instauração da CPI foi apresentado pelo deputado Wilson Santos (PSD), que faz parte da base governista e chegou a conversar com Mauro, pedindo a liberação para que os deputados de situação assinassem o pedido de abertura da investigação. Até agora, das oito assinaturas necessárias, há apenas seis. Além disso, há rumores de que alguns deputados também irão apresentar requerimento de abertura de uma segunda CPI, dessa vez para apurar supostas irregularidades na Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema).
"O deputado Wilson vive o tempo todo buscando uma forma de se posicionar perante a mídia. CPI é uma coisa natural, mas eu acho totalmente desnecessária, me parece um movimento muito mais político. Os órgãos de fiscalização do governo atuam com independência, com isonomia, não tem nenhum indício que possa justificar algo dessa natureza. Mas, eles têm a independência deles, eu não posso mandar na Assembleia, não mando", afirmou, em conversa com a imprensa na manhã desta quarta-feira (30).
"Eles têm que ter consciência que esse ambiente é ruim. Um ambiente de desgaste para nós pode se transformar num desgaste para eles. Parece que eles estão querendo retornar há um tempo passado em que os poderes viviam se digladiando. Sabem muito bem o que eles podem fazer, sabem muito bem das prerrogativas deles e eu não posso mandar em nenhum deputado, eles têm autonomia deles. Agora, eles têm que ter consciência, eles têm que trabalhar para o cidadão e não trabalhar para ficar se aparecendo ou até mesmo construindo factoides políticos", disparou.
Mauro voltou a garantir que não vê motivos para a abertura de tal investigação no Legislativo, já que órgãos de fiscalização, como a Polícia Judiciária Civil (PIC) e Ministério Público Estadual (MPE) já apuram denúncias na SES.
O governador ainda afirmou que, caso haja elementos suficientes para comprovar a atuação criminosa de algum servidor público, o próprio governo irá tomar as medidas para a devida punição.
"Eu disse a ele e digo a qualquer um. Se tiver algum motivo robusto, alguma coisa errada dentro do governo, pode trazer que eu mando investigar e os aparatos funcionam dentro do governo. Seja com quem for, porque eu tenho a consciência muito tranquila que nunca pedi, nunca mandei ninguém fazer absolutamente nada de errado. Não tenho compromisso com nenhum erro, nós temos 72 mil servidores trabalhando no estado e é possível que alguém esteja fazendo alguma coisa errada, se para toda coisa errada que tiver for abrir CPI, é possível que tenhamos 10, 20, 30 CPIs. O que tem que funcionar são os órgãos de controle, a polícia - que existe para isso -, assim como Ministério Público. CPI, normalmente, é um movimento político", declarou.
"Não devo, nem temo nada. É possível que tenha alguém fazendo errado dentro do governo, assim como dentro da Assembleia. Se tiver um errinho na Assembleia vai abrir uma CPI? Se tiver no Tribunal de Justiça vai abrir? Vão ter que abrir 200 CPIs. Os órgãos de controle vão ter que funcionar. E para isso que trabalho todos os dias, para que a maquina pública seja eficiente, sem ficar arrumando confusão desnecessária, seja com quem quer que seja", pontuou.
