Integrando do grupo político do ex-ministro Blairo Maggi (PP), o ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro (PSD), negou que as críticas feitas ao crescente número de recuperações judiciais no campo seja uma defesa a grandes tradings, como a Amaggi.

ASSISTA A ÍNTEGRA DO PODOLHAR COM O MINISTRO DA AGRICULTURA CARLOS FÁVARO:



Durante participação no PodOlhar, videocast do Olhar Direto, Fávaro reforçou que o instrumento é fundamental para socorrer produtores rurais em crise, mas que a medida foi banalizada, gerando riscos para o próprio setor.

“Não é para proteger a Amaggi, é para proteger o crédito. A lei é muito clara com relação à recuperação judicial. Nós não podemos banalizar (...) vai encarecer o crédito no Brasil. Nós precisamos ter critérios sérios com relação a esse instrumento importante que é a recuperação judicial, eu não sou contra a recuperação judicial, eu sou contra a banalização e a falta de critérios para conceder esse instrumento”, afirmou.

Ainda no episódio, o ministro questionou, por exemplo, a entrada de ato cooperativo na recuperação judicial, assim como alienação fiduciária e o crédito de produtor rural (CPR). Por fim, Fávaro avaliou que o diálogo que teve com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) já tem apresentado resultado nas ações.

“Eu já vi casos de reversão de decisões de primeira instância em recuperação judicial, que banalizou isso, que precarizou a decisão, e eu espero que esse regramento fique claro. Como disse, a recuperação judicial é um instrumento importante para recuperar empresas e empregos usados no mundo inteiro, e é importante aqui no Brasil, mas não pode ser banalizado e o CNJ deve deixar isso claro muito no seu regramento para que o judiciário não banalize e não deixe isso precário, atingindo o crédito tão importante para a economia brasileira”, pontuou.