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Terça-feira, 30 de julho de 2024

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bateu a cabeça

Servidor com deficiência auditiva denuncia policiais militares por racismo e agressão

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Servidor com deficiência auditiva denuncia policiais militares por racismo e agressão
A diretoria do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Agrícola, Agrário e Pecuário de Mato Grosso (Sintap) está indignada com um episódio envolvendo o servidor do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea/MT) e policiais militares. De acordo com Benedito Joaquim Moraes Alvarez, servidor há 26 anos, ele, juntamente com outros familiares, trafegavam próximo à Prefeitura de Cuiabá quando policiais pediram para que eles parassem o veículo na madrugada de quarta-feira (11).


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"Nós paramos o veículo. Os policiais já nos mandaram descer com a mão na cabeça. O Benedito, que estava no banco do carona, não entendeu o que estava acontecendo, pois é deficiente auditivo e os policiais estavam com máscaras, o que dificultou ainda mais para ele entender. Logo ao descer do veículo, Benedito sofreu uma rasteira. Caiu e bateu a cabeça no meio-fio, perdendo os sentidos em seguida", contou um dos familiares que estava no veículo no banco de trás.

Após a queda, os policiais o teriam chutado no abdômen e, nessas condições, foi levado para a viatura, em seguida, para a Central de Flagrantes, de onde o motorista só saiu na manhã do dia seguinte depois de pagar fiança de R$ 2.100, mas Benedito, por estar muito machucado, foi liberado sem mais esclarecimentos.

Conforme os familiares, a vinda de Benedito para a capital se deu em razão de consulta médica, pois deveria passar por perícia em decorrência de uma cirurgia que fez há 50 dias. A família da vítima também acusa os policiais de racismo, pois Benedito é negro e os demais ocupantes do veículo tiveram outro tratamento por serem de pele branca.

"Nós avisamos aos Policiais que ele (Benedito) é deficiente auditivo, mesmo assim eles agiram com extrema violência, o agrediram e o trataram sem qualquer respeito e urbanidade. Isso só nos leva a acreditar que ele foi agredido por ser negro, já que ninguém mais sofreu violência", disse Fabrício Amaral, cunhado do servidor.

Diante dos fatos, a diretoria do Sintap/MT juntamente com a assessoria jurídica do sindicato está tomando todas as providências cabíveis para que os fatos sejam investigados tanto pela Policia Militar, quanto pela Policia Civil.

"Nós estamos dando todo o auxílio e acompanhando de perto essa lamentável e inescrupulosa cena de violência gratuita, que não pode ficar impune. Foi algo muito grave. Um cidadão, uma pessoa com deficiência, de bem e trabalhador foi violentamente agredido sem motivo. Não lhe deram direito de defesa em nenhum momento. Não ouviram sua versão e o deixaram preso, totalmente machucado, por mais de quatro horas. O sindicato acompanhará e dará todo o suporte para que os envolvidos sejam punidos", acusou a presidente do sindicato, Rosimeire Ritter.
 
Outro lado

A Corregedoria- Geral da Polícia Militar informa que até o momento não foi formalizada nenhuma denúncia relatando o ocorrido. O órgão da PM coloca-se à disposição para receber os denunciantes ou, caso não queiram se identificar sugere que denunciem por meio do disque-denúncia da PM – 0800.65.3939.  A Corregedoria – Geral ressalta ainda que está à disposição para receber e formalizar denúncia e adotar as medidas legais de apuração.
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