O assistente social da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da Prefeitura de Cuiabá, Rodolfo Silva da Costa, de 29 anos de idade, morreu na madrugada desta sexta-feira (3), no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC). O servidor havia sido encontrado desacordado, gravemente ferido e com sinais de espancamento na Avenida Beira Rio, em Cuiabá, na última terça-feira (31). Para a família da vítima, o crime pode ter sido motivado por homofobia.

Leia também:
Motorista é preso com Jeep Renegade roubado de locadora em SP na região de fronteira

De acordo com a Polícia Civil, a mãe da vítima disse que o filho estava desaparecido e realizava buscas desde terça. Apenas na quarta-feira (1) foi que ela recebeu uma ligação informando que o filho estava entubado no Hospital Municipal de Cuiabá. 

Na unidade de saúde, ela foi informada que Rodolfo estava entubado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), havia passado por um urologista e estava em estado grave. Nesta sexta, após complicação do quadro, o jovem foi a óbito. 

Em entrevista dada ao programa Olho Vivo na Cidade, da TV Cidade Verde, a família disse que suspeita que o crime tenha sido motivado por homofobia, uma vez que o assistente era homossexual.

Um vídeo publicado pelo programa, que mostra imagens de Rodolfo em uma rua no bairro Jardim Petrolis, onde mora, deve contribuir com o caso.

A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil, que disse que neste momento investiga o caso. 

Assista o vídeo (51s):


Prefeitura de Cuiabá lamentou morte

O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) lamentou a morte do jovem e cobrou providências das autoridades. Em nota, o chefe do Executivo Municipal destacou os serviços prestados pelo profissional durante a sua gestão. A secretária de Saúde, Suelen Alliend, também manifestou solidariedade aos familiares da vítima. 

“Com muita tristeza e também sentimento de revolta recebi a notícia do falecimento do Rodolfo, que era servidor da Secretaria Municipal de Saúde e que foi vítima de uma brutal e covarde violência, digna de repúdio de toda a sociedade e de uma ação rápida e eficaz dos órgãos de polícia e da Justiça, no sentido de identificar os responsáveis por tamanha crueldade e puni-los na forma da lei. Neste momento de dor, isso é o mínimo que a família merece e espera. À ela e a todos os que conviveram com Rodolfo, estendo meus mais sinceros sentimentos”, disse Pinheiro. 

“Rodolfo era um servidor sempre alegre e querido na Atenção Primária, onde trabalhava desde 2017. Estava muito feliz porque iria passar a exercer sua profissão de assistente social, junto à equipe do programa Melhor em Casa. Estamos todos muito tristes e arrasados com a perca do colega. Que Deus possa confortar os corações de todos, principalmente da mãe”, manifestou Alliend.

Homofobia em MT e no Brasil

Mato Grosso registrou 160 boletins de ocorrência de crimes contra o público LGBTI entre janeiro e agosto de 2020. Desse total, quatro tratam-se de homicídios, quatro de suicídios e duas mortes ainda a esclarecer. Os dados são do Grupo Estadual de Combate aos Crimes de Homofobia (GECCH) da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT).

No país todo, em 2020, 237 pessoas tiveram morte violenta relacionada à sua orientação sexual ou identidade de gênero. Os dados são do Grupo Gay da Bahia – GGB, que há 41 anos divulga o Relatório Anual de Mortes Violentas de LGBTI no Brasil. Os números ressaltam a importância do enfrentamento ao preconceito.

O levantamento dá conta de 224 homicídios (94,5%) e 13 suicídios (5,5%) de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. Pela primeira vez, desde 1980, as travestis ultrapassaram os gays em número de mortes: 161 travestis e trans (70%), 51 gays (22%) 10 lésbicas (5%), 3 homens trans (1%) e 3 bissexuais (1%), além de 2 heterossexuais confundidos com gays (0,4%).