O deputado bolsonarista Faissal Calil (Cidadania) tem usado suas redes sociais para lamentar a derrota de Jair Bolsonaro (PL) e fomentar discurso contrário ao resultado do segundo turno, levantando suspeita, mesmo que indireta, quanto a confiabilidade das urnas. Em um vídeo publicado em seu perfil no Instagram (que não está mais disponível no feed), o parlamentar, usando boné com o nome do presidente, mostra sessões em Mato Grosso em que o capitão da reserva não recebeu votos.

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Faissal, que chegou a participar das manifestações de bolsonaristas inconformados com a vitória do presidente Luiz Inácio Lula d Silva (PT), cita a Zona 28, secção 158, em Confresa. Lá, dos 384 eleitores votantes, o petista obteve 383 votos – um votou nulo.

Em Campinápolis (Zona 26, seção 189), dos 270 eleitores que votaram, 265 apertaram o número de Lula e cinco anularam. Em Santa Terezinha (Zona 16, seção 86), 252 foram à urna, sendo 248 votaram em Lula.

No vídeo, Faissal não é claro sobre sua intenção ao relatar tal situação, mas pelo tom adotado fomenta o discurso daqueles que não aceitam a derrota de Bolsonaro. Além de alimentar preconceito sofrido por indígenas, já que nas redes sociais foi forte as declarações de ódio contra a população originária, que em sua maioria votou em Lula.

Em Confresa, a seção em que Lula obteve 100% dos votos fica na aldeia indígena Urubu Branco, que declarou apoio ao presidente eleito. Uma das lideranças, Takoro Edimundo Tapirapé afirmou que a aldeia discutiu a eleição presidencial e que todos optaram pelo petista.

Após a circulação das mensagens falsas de fraude, os indígenas começaram a receber ataques nas redes sociais. O povo Apyãwa-Tapirapé, que vive na aldeia, divulgou mensagem em rede social confirmando o voto em Lula e repudiando o assédio.