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Terça-feira, 16 de julho de 2024

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Operação Efialtes

Policiais roubavam droga apreendida para vender a traficantes desde 2015 e já teriam subtraído uma tonelada de entorpecentes

Foto: Reprodução / Polícia Civil

Policiais roubavam droga apreendida para vender a traficantes desde 2015 e já teriam subtraído uma tonelada de entorpecentes
Os cinco policiais civis alvos de operação na manhã desta quarta-feira (7), por envolvimento em uma mega esquema de tráfico de drogas desmantelado dentro da Operação Efialtes, estariam agindo desde de 2015, no Cisc (1ª DP) e Delegacia de Fronteira de Cáceres (220 quilômetros de Cuiabá). O grupo teria usado tijolo, gesso, isopor e areia para substituir cerca de uma tonelada de cloridrato de cocaína apreendida na fronteira de Mato Grosso com a Bolívia. A polícia descobriu a alteração do material durante uma incineração realizada em abril deste ano. 


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Até o momento foram identificados como alvos a faxineira do Cisc Maria Lúcia da Silva e a filha dela Ariane da Silva Almeida. Os policiais: Antônio Mamedes (também é suplente de vereador e está foragido) Luismar Castrillon Ramos, de 50 anos, Ariovaldo Marques Aguilar, Sérgio Amâncio da Cruz e Paulo Sérgio Alonso. Outros envolvidos na organização criminosa são: Túlio Senabio do Carmo, a esposa de Mamedes e Larissa Rita da Silva Batista, 24 anos.

A Corregedoria da Polícia Civil começou a investigar o caso em abril deste ano quando policiais da Defron realizavam incineração de uma tonelada de droga e descobriram que alguns lacres haviam sido rompidos e parte do material substituído por tijolo, gesso, isopor e areia, por exemplo.

Na ocasião, a Perícia Técnica (Politec) esteve no local para fazer análise dos dados e dos lacres. Mas a presença dos peritos teria deixado alguns policiais desconfortáveis. Dois dos alvos da operação estariam entre os servidores que realizavam a incineração.

Um mês após a descoberta da troca do entorpecente, a segurança na 1ª Delegacia de Polícia (Cisc) foi reforçada, conforme explicou a delegada Alessandra Marquez Alecrim, em coletiva de imprensa. “Desde que eu assumi a regional e quando foi liberado nosso acesso a sala da 1ª DP pela Corregedoria, em maio, mudamos o ingresso da sala cofre. Hoje é com fechadura que só um servidor tem acesso porque é por digital. Essa fechadura é auditável, ela marca quanto tempo a porta ficou aberta, que hora abriu e fechou, o dia. E na sala de drogas temos uma câmera e do lado de fora uma câmera de cada lado do corredor que funciona 24 horas por dia para filmar quem passa. Além da fechadura, temos dois cadeados e mais a chave que trancamos lá”, disse.

Segundo a investigação, os policiais vendiam o entorpecente a traficantes que usavam um dos mais antigos corredores do tráfico de cocaína: a Rota Caipira, no interior de São Paulo. As drogas foram enviadas para Uberlândia (MG), pela Rota Caipira, e para o Nordeste (Maranhão e Piauí), sendo utilizadas empresas para lavar o dinheiro nos estados de Tocantins (Palmas/Nova Rosalândia) e de Mato Grosso (Mirassol d’Oeste e Cáceres).

Foram identificados três grupos envolvidos no esquema: o primeiro dos policiais e de seus auxiliares, para a substituição e subtração das drogas apreendidas; segundo dos traficantes compradores e responsáveis pelos transportes e o terceiro o dos responsáveis pela lavagem de dinheiro, seja pelas empresas ou por laranjas.

Conforme a Polícia Civil, foram decretadas 102 ordens judiciais, sendo 39 mandados de prisão preventiva, 59 buscas e apreensões, quatro ordens de suspensão de atividades econômicas de empresas utilizadas para realizar a lavagem de dinheiro, além do bloqueio de valores no montante de R$ 25 milhões, sequestro de 14 veículos e quatro imóveis e o bloqueio de contas bancárias dos investigados.
 
As ordens judiciais foram cumpridas nos estados de Mato Grosso, Rondônia, Piauí, Maranhão, Tocantins e Goiás. A operação conta com a participação de mais de 300 policiais civis, sendo 270 da Polícia Civil de Mato Grosso e 30 dos outros estados.
 
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