Integrante de corrente minoritária do PT, o deputado estadual Lúdio Cabral (PT) vê como natural a boa receptividade do presidente Lula em relação ao governador Mauro Mendes (União) e o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). O petista, no entanto, alertou não ser aceitável que tal proximidade seja utilizada como combustível para a rivalidade pública entre os gestores.

Leia também:
Jayme recebe novo convite de Rodrigo Pacheco e deve reassumir Conselho de Ética

“O Lula vai procurar estabelecer uma parceria de diálogo com todos os governantes.  Com os governadores e prefeitos de capitais – que tem um papel importante no conjunto do Estado. Ele deve receber todos os prefeitos do Estado, ter diálogo permanente com o governador. Agora, o que nós não podemos deixar acontecer é a relação com o Lula ser contaminada com a disputa entre Emanuel e Mauro”, afirmou.

Na semana passada, Lula teve encontro com ambos os gestores. Com agenda marcada em Rondonópolis (212 Km de Cuiabá) no dia 3 de março, Emanuel foi até Brasília e se reuniu com o presidente um dia antes, ao lado do filho, o deputado federal Emanuelzinho (MDB), e a primeira-dama Márcia Pinheiro (PV).

Já em Mato Grosso, Lula foi recepcionado por Mauro e fez questão de adotar tom pacificador em seu discurso. Afirmou que questões eleitorais foram superadas e que o Governo Federal irá procurar ajudar os gestores, independente de questões políticas e partidárias.

Neste sentido, Lúdio ressaltou que Lula tem experiência suficiente para não se deixar contaminar com a disputa regional.

“Lula é inteligente, não vai se deixar contaminar por essa disputa. Espero que o prefeito não esteja fazendo qualquer movimento com essa finalidade, pois não vai encontrar ressonância no governo federal. O governo federal quer diálogo com todos”, declarou, pontuando acreditar ser muito difícil a vinda de Lula em abril, para atender o convite de Emanuel.

Aproximação

A visita da família Pinheiro a Lula também foi vista como mais um sinal de aproximação política com o grupo petista em Mato Grosso, visando a disputa pelo Palácio Alencastro em 2024.

No ano passado, Márcia foi candidata ao governo pela Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB) e a continuidade do grupo para o pleito municipal é uma forte possibilidade.

Por isso, Lúdio afirmou que o partido não pode abrir mão de conduzir o processo, já que em 2022, Emanuel tomou frente de muitas decisões da federação, mesmo sendo filiado a um partido adversário.

“Prefeito tem que cuidar de governar a cidade. A eleição de 2024 tem que ser debatida pelos partidos, no momento certo. No PT e federação, não podemos aceitar qualquer tipo de ingerência externa. Isso já aconteceu em 2022 e produziu um resultado eleitoral muito ruim”, pontuou.