Voz costumeiramente divergente dentro do Partido dos Trabalhadores, o deputado estadual Lúdio Cabral avaliou a aproximação entre Valdir Barranco e o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) como um erro político do colega de partido. Aliado de primeira hora do gestor municipal, o petista se tornou principal crítico à intervenção na Secretaria de Saúde de Cuiabá, apresentando até denúncias de irregularidades em contratações emergenciais do gabinete estadual.
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De acordo com Lúdio, há claramente uma diferença de posições dentro do PT em Mato Grosso, já que o diretório municipal da sigla, por meio da vereadora Edna Sampaio, faz oposição a Emanuel, enquanto Barranco, por decisão pessoal, passou a fazer a defesa do emedebista.
“Precisamos abrir um debate interno sobre essas posições. Não é um posicionamento do diretório estadual, mas pessoal e política de Barranco, que eu respeito, embora discorde. Ele tem uma relação mais próxima com o prefeito, o que na minha opinião é um erro político do PT”, declarou.
De acordo com Lúdio, nas eleições de 2022 o PT perdeu a oportunidade de crescer em Mato Grosso, justamente por ter se aliado ao prefeito, lançando a primeira-dama Márcia Pinheiro (PV) ao governo e apoiando o ex-deputado federal Neri Geller (PP) ao Senado.
“Se perdemos oportunidade de manter o mandato da Rosa Neide (na Câmara Federal) e ampliar a nossa bancada na Assembleia foi em decorrência da timidez que tivemos em não apresentar candidaturas do PT ao governo e ao Senado e da aliança desastrosa que fizemos na majoritária”, disse.
“Nós não tivemos nem quem votar para o Senado, pois a candidatura que o PT apoiava estava indeferida”, completou, relembrando o fato de Neri não ter conseguido registro, por ter sido condenado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Lúdio ainda declara que os atuais problemas da Saúde em Cuiabá e Mato Grosso são resultado da disputa entre Emanuel e o governador Mauro Mendes (União). Cita como exemplo, o fato de os gestores terem se reunido uma única vez durante dois anos de pandemia da Covid-19.
“Nossa preocupação tem que ser o direito que a população tem de ser atendida com qualidade. Isso implica em responsabilidade da prefeitura e do governo. Não podemos deixar a disputa política/partidária contaminar as responsabilidades que nós temos”, avaliou.
“Estamos vivendo o colapso na Terapia Intensiva pediátrica por responsabilidade dos dois entes. Tivemos aumento na incidência de infecções respiratórias agudas, dengue em crescimento, crianças precisando de UTI, e o Estado não dando conta dessa responsabilidade e a prefeitura de Cuiabá que é referência em alta complexidade para todo estado também não dá conta”, pontuou.
