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Terça-feira, 16 de julho de 2024

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INVESTIMENTO DE R$ 200 MIL

Dois anos após ser revitalizado, Beco do Candeeiro sofre com abandono e populares reclamam de falta de segurança

Foto: Olhar Direto

Dois anos após ser revitalizado, Beco do Candeeiro sofre com abandono e populares reclamam de falta de segurança
Dois anos após ser revitalizado, o Beco do Candeeiro, lugar de importância histórica em Cuiabá, está totalmente abandonado e viu o dinheiro investido praticamente ir para o “ralo”. Agora, comerciantes e consumidores que frequentam a Rua 27 de dezembro reclamam não só do aumento da depredação no local, mas principalmente da falta de segurança e carência de políticas públicas na região.


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A reportagem do Olhar Direto foi ao local e se deparou com um cenário de abandono e destruição. Ao andar pela região, é possível observar bancos quebrados, muros pichados, sujeira e muitas pessoas em situação de rua consumindo drogas.

Comerciante, que preferiu não se identificar, relatou que os clientes, às vezes, sentem receio e preferem não ir mais até as lojas.

“[O abandono] acaba atrapalhando muito o movimento e, por isso, os clientes ficam com medo de vir até às lojas. Imagina você estar aqui comprando e de repente ser surpreendido por um morador de rua?”, contou a mulher.

“Já aconteceu de eu estar atendendo um cliente e um cara entrar aqui na loja por uma das portas laterais. Ele só saiu quando viu a viatura da polícia. Agora, não deixo mais essa porta aberta”, revelou a comerciante.

Ela ainda contou que uma loja de artesanato precisou ser fechada pelos donos para ser aberta em outro local por conta da insegurança.

Moradora da região, que também optou por não se identificar, revelou à reportagem que já presenciou usuários de drogas furtando objetos de algumas vítimas. Ela ainda revelou que, diariamente, principalmente por volta das 9h, é possível flagrar cerca de 50 usuários consumindo entorpecente.

“Ou até muito mais. Isso [50] foi o que eu contei. Dependendo do horário, tem mais de 100 usuários”, afirmou.
“Eles começaram a levar os bancos, quebrarem os candeeiros para roubar os fios de luz... E, por último, começaram a roubar os postes de ferro de estilo antigo que haviam sido colocados. Por fim, os corrimões de inox foram arrancados e levados”, contou a moradora.

Revitalização e retomada de espaço

Com a ideia de retomar o espaço para se tornar um dos principais pontos de visitação do município, a Rua 27 de dezembro foi revitalizada e entregue à população em maio de 2021.

Com o custo de R$ 215 mil, a revitalização fazia parte do cumprimento de um Termo de Ajuste de Compromisso (TAC) e estava incluído no calendário de entregas em comemoração ao aniversário de 302 anos de Cuiabá, à época.

De volta à cena cultural da cidade, diversas ações, como shows e eventos culturais foram realizados no Beco, movimentando o comércio local. Contudo, a partir de dezembro do mesmo ano as coisas começaram a mudar.

“Depois que foi restaurado, aqui voltou a ser frequentado. A cuiabania antiga, os jovens vinham muito, [tinham] muitas filmagens e gravações, e agora acabou. Os turistas mesmo, que antes vinham, não vêm mais. Perdemos muito com isso. O nosso Centro Histórico, que era para ser tão bonito, está abandonado”, lamenta uma moradora.
 
“Depois do início do ano [de 2022] houve um abandono na região, e os moradores em situação de rua voltaram. Quando há alguma ação da polícia eles ficam mais revoltados e depois quebram tudo”, acrescentou a mulher.
 
Outrora residentes das casas abandonadas da Ilha da Banana, os usuários migraram para o Beco do Candeeiro e proximidades após a demolição do local. Sua desocupação foi dita como necessária para a construção do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), modelo de transporte escolhido para a Copa do Mundo de 2014. Aproximadamente R$ 1,066 bilhão foi pago e o modal nunca saiu do papel, sendo substituído, recentemente, pelo Ônibus de Transporte Rápido (BRT).
 
Em nota, a Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer de Cuiabá esclareceu que em razão de eventuais acontecimentos no Beco do Candeeiro, como furtos de postes de iluminação, a "Pasta está em conversa com a UFMT, para um reordenamento das ações culturais", diz trecho da publicação. Ressaltou ainda que, assim como no Beco, a Secretaria está elaborando um novo plano de ações concretas e revitalização do Centro Histórico como um todo.
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