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Terça-feira, 16 de julho de 2024

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culpabilização da vítima

Assassino não demonstra arrependimento e 'justifica' que mulher o traiu, afirma delegada

Foto: Reprodução

Assassino não demonstra arrependimento e 'justifica' que mulher o traiu, afirma delegada
Delegada Ana Terra, da Polícia Civil de Lucas do Rio Verde, disse que, ao ser detido, Marcelo Uchoa de Freitas, 46, que matou a facadas a ex-esposa Francisca Alves Nascimento, 35, na noite de segunda-feira (15), em Lucas do Rio Verde (333 km de Cuiabá), justificou que a mulher havia o traído. Criminosa não demonstrava arrependimento.


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A mulher foi morta com quatro golpes de faca, sendo um no pescoço e outros três no rosto, em frente à rodoviária do município.

“Ele não demonstra arrependimento e justificou que a vítima tinha outros relacionamentos. Ele se manifestou no sentido de que se ela não tivesse ido ao local, o crime não teria ocorrido, demonstrando mais uma vez a questão de culpabilizar a vítima”, disse a delegada.

Francisca e Marcelo estavam juntos há quatro anos e o relacionamento era complicado, com diversas idas e voltas, revelou Ana Terra. Durante o período, a mulher procurou a delegacia por duas vezes para denunciar o ex-namorado por violência doméstica: a primeira foi em março de 2022 e a segunda, em dezembro do ano passado.

Apesar das agressões, Francisca optou por não requerer medida protetiva contra o assassino.

“A vítima e o suspeito tinham um relacionamento amoroso há quatro anos. A vítima tinha filhas, mas não desse relacionamento. Tinha algumas idas e vindas. O suspeito já teria praticado outros atos de violência. Em março de 2022, poucos meses após o começo do relacionamento, foi o primeiro ato agressivo. A vítima veio a ser agredida fisicamente pelo suspeito, que foi autuado em flagrante pelo crime de lesão corporal. Em dezembro teve outra autuação em Cuiabá, onde o suspeito também foi conduzido em flagrante”, explicou Ana Terra.

“Nas duas ocasiões a vítima não quis medida de protetiva de urgência e as demais garantias da Lei Maria da Penha. Acreditava não vivenciar ali um ciclo de violência doméstica”, acrescentou.

Morte

A delegada explicou que, na noite do crime, Francisca estava em casa enquanto o suspeito foi até a rodoviária. Uma das filhas da mulher teria ido ao local para se despedir do suspeito, com quem tinha um bom relacionamento.

Lá, a menor tirou uma foto com o padrasto e encaminhou para a mãe.

“Ela teria dito que queria que os dois continuassem [juntos]. Foi quando a vítima se desloca até a rodoviária e no local ele a chama para uma conversa em um lugar um pouco mais afastado”, disse Ana Terra.

O local é um muro atrás da rodoviária, onde o crime ocorreu. Câmeras de segurança registraram o momento em que o suspeito encurrala Francisca e a esfaqueia diversas vezes. A mulher tenta reagir, mas é impedida pelo suspeito, que levanta e foge.

“O homem chega a dar um abraço nela e fala para ela: 'você não disse que me amava?'. A partir disso ele inicia a ação criminosa”, contou a delegada.

Ela ainda pontuou que enquanto a vítima estava sendo esfaqueada, veículos passavam pelo local, mas ninguém parou para ajudá-la.

Ao ser detido, Marcelo contou que adquiriu a faca do crime poucas horas antes, mas que não teve o intuito de matá-la. Ele alegou que o feminicídio não teria ocorrido se "ela não tivesse ido ao local".

"Demonstrando mais uma vez aquela questão no intuito do agressor de culpabilizar a vítima, que é uma característica do ciclo de violência doméstica”, relatou a delegada.  

Ele foi preso em flagrante e deve passar por audiência de custódia ainda hoje. O fato está sendo investigado.
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