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migrantes de MT são vítimas

Polícia deflagra operação contra escritório de advocacia suspeito de calote de R$ 741 mil em voo do Haiti ao Brasil

11 Jun 2024 - 11:23

Da Redação - Luis Vinicius e Pedro Coutinho

Foto: Reprodução

Polícia deflagra operação contra escritório de advocacia suspeito de calote de R$ 741 mil em voo do Haiti ao Brasil
A Polícia Civil deflagrou, nesta terça-feira (11), a Operação Falso Embarque para cumprir 17 mandados contra um grupo de pessoas física e jurídica que teria orquestrado suposto calote num voo que partiria de Porto Príncipe, Haiti, até o Brasil. Os mandados são cumpridos em Itajaí e Balneário Camboriú, em Santa Catarina. 


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Moschen Agência de Turismo e o escritório Pinter Moreira & Cunha, em Santa Catarina, estão na lista de alvos. Ao todo, são cinco mandados de buscas, três de proibição de saída do país, dois de suspensão de atividade empresarial, três de suspensão da atividade profissional da advocacia e quatro de bloqueio de bens e valores. 

No último dia 27 de maio, o juiz Bruno D’Oliveira Marques mandou a agência e o escritório a pagarem R$ 1 milhão de indenização à Associação de Defesa dos Haitianos Migrantes de Mato Grosso, que fez a denúncia. A determinação havia dado 15 dias para que a agência e o escritório cumprissem o pagamento, o que não ocorreu. 

O caso

Após a associação efetuar R$ 741 mil, a agência e o escritório, representado pela advogada Débora Pinter Moreira, descumpriram obrigação contratual e o voo não ocorreu, tampouco a restituição do valor pago. Isso motivou o ajuizamento da ação monitória. A Defensoria Pública também entrou no caso e ajuizou ação civil pública contra ambos.

O Haiti vive grave crise política e humanitária, que ocasiona na imigração de milhares de haitianos que buscam refúgio, sobretudo, no Brasil. Com objetivo de retirar seus familiares do país, os haitianos que residem em Mato Grosso se esforçaram para juntar e fretar o avião e trazer seus entes queridos, uma vez que não existem voos comerciais entre os dois países.

Foi aí que a associação pactuou com a agência de viagens e com a advogada um Contrato de Cooperação e Parceria Joint Venture com Interveniência, cujo objeto era o frete do avião que partiria do aeroporto de Toussainte Louverture em Porto Príncipe – Haiti com destino ao Brasil.

Após a quitação do valor de R$741 mil, a associação se viu em apuros, pois a empresa e a jurista não cumpriram o pactuado. Na data prevista, o avião não decolou e, até o último dia 26 de maio, data que a ação foi proposta, o voo não ocorreu e a agência não restituiu a quantia paga pela associação.

O descumprimento culminou em situação de desespero, pois os imigrantes perderam o dinheiro fruto de muito esforço e sofridas economias, sem que conseguissem trazer ao Brasil seus filhos, pais e familiares que ainda estão no Haiti.

Mesmo após tentativa negociação com a Moschen e a advogada Débora, visando remarcar o voo, este não aconteceu e nenhuma nova data foi proposta. E os mais de setecentos mil não foram devolvidos.

“Desesperados pela situação vivenciada, causada pelas requeridas, situação essa agravada pela extrema vulnerabilidade que os refugiados haitianos experimentam em território brasileiro com condições de vida bastante precárias e pela impossibilidade de reencontrar seus entes queridos que se encontram ainda em solo haitiano, a ADHIMI procurou autoridade policial e registrou Boletim de Ocorrência, bem como procurou os serviços da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso”, diz trecho da ação.

A defensoria entrou no caso visando solucionar o problema, e promoveu tentativa de conciliação entre as partes. Ocorre que a Moschen e a advogada não apresentaram propostas efetivas para um consenso, seja a restituição do dinheiro, seja a realização de outra data para o voo.

Foi informado que os R$741 mil foi transferido para outra empresa, com sede fora do Brasil, a Blue Diamond. Acontece que a advogada e a agência não comprovaram tal contratação, nem que fizeram a transferência da quantia paga.

Diante disso, a Defensoria ajuizou ação civil pública pedindo indenização por danos morais. À Vara Especializada em Ações Coletivas, requereu que Débora e a agência de turismo paguem R$1 milhão de indenização, bem como cessem as atividades relacionadas ao oferecimento de serviços de fretamento de voos para haitianos.

No dia 27, então, o juiz os mandou cumprirem o acordo, o que não ocorreu, culminando na Operação Falso Embarque.

 
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