Diante da Justiça Eleitoral, alguns deputados que buscam a reeleição passaram por uma mudança no mínimo inusitada em quatro anos. Em 2018, eles se declararam brancos e, em 2022, se apresentaram à Justiça Eleitoral como pardos. A mudança impacta diretamente o financiamento da campanha e na entrega de recursos públicos para os partidos a partir de 2023.

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Na Assembleia Legislativa, três deputados mudaram a autodeclaração para pardo neste ano: Dr. João (MDB), Elizeu Nascimento (PL) e Gilberto Cattani (PL) – que em 2018 se autodeclarou pardo, mas em 2020, quando foi suplente de Reinaldo Moraes na eleição suplementar ao Senado, disse ser branco. Na corrida à Câmara Federal, apenas Rosa Neide (PT).

Além dos deputados, o vereador de Cuiabá Diego Guimarães (Republicanos) também trocou sua cor/raça de 2020 para este ano.

Neste ano, o Congresso aprovou a Emenda Constitucional 111 e estabeleceu que os votos dados a pessoas negras – a soma de pretos e pardos, de acordo com o IBGE – passam a valer, já a partir deste ano, em dobro na hora de calcular a distribuição dos recursos dos fundos partidário e eleitoral, conhecido como fundão eleitoral.

Com isso, haverá um aumento dobrado na quantidade de verba para partidos com candidatos negros que obtêm mais votos para deputado.

Conforme dados do TSE, neste ano, 186 (37,27%) candidatos se autodeclararam pardos e 70 (13,86%) pretos. Há quatro anos, foram 231 pardos e apenas 52 pretos.

Outro lado

Ao Olhar Direto, a assessoria de Dr. João afirmou que houve um equívoco do MDB na hora de realizar seu pedido de registro de candidatura e que seu advogado irá solicitar a correção da autodeclaração. A mesma justificativa foi dada por Rosa Neide, do PT.

A assessoria de Diego Guimarães também apontou equívoco, mas do próprio TSE, já que em 2020 o vereador já se autodeclarou como pardo. Já Elizeu Nascimento preferiu não comentar a situação.

A assessoria de Cattani também foi procurada, mas não se manifestou até a publicação dessa matéria.O espaço segue aberto.

Atualizada às 10h15min.