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Quinta-feira, 25 de julho de 2024

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Tiros efetuados por Paccola perfuraram pulmões e fígado de Japão; morte foi por hemorragia

Foto: Reprodução

Tiros efetuados por Paccola perfuraram pulmões e fígado de Japão; morte foi por hemorragia
Exame de necropsia da Perícia Técnica (Politec) identificou que os três disparos efetuados pelo vereador Marcos Paccola (Republicanos) acertaram a clavícula e a região torácica do agente socioeducativo Alexandre Miyagawa de Barros, conhecido como Japão, 41 anos. O homicídio aconteceu no bairro Quilombo, em Cuiabá, no dia 1º de julho. 


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Laudo obtido em primeira mão por Olhar Direto afirma que um dos projéteis atingiu a dorsal esquerda, perto da axila, entrando da direita e saindo pela esquerda. Esse primeiro tiro não causou grave ferimento. A segunda bala atingiu a coluna torácica, saindo pela região carotidiana esquerda. Este ferimento perfurou uma veia e o lobo do pulmão esquerdo.

Já terceira bala atingiu a dorsal direita e saiu pela região do peito, na parte direita. O tiro atingiu o fígado e o pulmão direito. Os dois últimos tiros foram responsáveis pela morte do agente socioeducativo por conta da hemorragia.  

Depois de matar o agente socioeducativo, Paccola se apresentou espontaneamente na Delegacia de Homicídios e disse ter agido em legitima defesa. Depois de ser ouvido, o vereador acabou sendo liberado.

A versão dada por Paccola, visando justificar a morte, aponta que ele atirou para assegurar proteção à namorada de Myagaya, que supostamente estava sendo ameaçada pelo agente armado.

Busca e apreensão

Nesta semana, a Justiça acolheu parcialmente requerimento efetuado pelos promotores de Justiça que integram o Núcleo de Defesa da Vida do Ministério Público do Estado de Mato Grosso e determinou a apreensão de todos os celulares do vereador Marcos Paccola. Os aparelhos deverão ser periciados. Na mesma decisão, o juiz negou o pedido para prisão preventiva do investigado.

Para fundamentar o pedido de prisão, na representação encaminhada ao Poder Judiciário, os promotores de Justiça destacaram que o vereador é réu em ação penal após ter sido denunciado por envolvimento em organização criminosa que operacionalizou fraude nos registros da Polícia Militar e em certificados de registros de arma de fogo.

Sustentaram ainda a existência de evidências que apontam para a intenção de autopromoção. Os promotores de Justiça enfatizaram que o uso político do episódio encontrou amparo nas manifestações públicas do investigado.

Ainda segundo o MPE, o parlamentar tem atacado a imagem da vítima, “fazendo-a vilã e única responsável por sua morte”. Ministério Público cita ainda que Paccola é pré-candidato ao cargo de deputado estadual, defendendo abertamente a ideia de que “bandido bom é bandido morto”. Assim, o uso político do episódio encontrou amparo nas manifestações públicas do indiciado.

“Além de reforçar a bandeira que defende em torno do uso de armas de fogo, o Representado passou a atacar a imagem da vítima, fazendo-a vilã e única responsável por sua morte. Também passou a encampar campanha autopromocional às custas do evento delituoso, reforçando a tese defensiva de ato de heroísmo dirigido a evitar um suposto feminicídio. Tudo dirigido à sociedade, juiz natural da causa e genuína detentora do poder de julgar os crimes dolosos contra a vida”.

O inquérito tem prazo de conclusão de 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 30. 

Na Câmara de Cuiabá, os vereadores adiaram a votação do afastamento imediato de Paccola. Com isso, a votação só acontecerá após recesso legislativo, no dia 2 de agosto.
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