O governador Mauro Mendes (UNIÃO) lamentou o crescimento do crime organizado em Mato Grosso mesmo com o alto investimento no setor da Segurança Pública. Inclusive, na visão do chefe do Executivo, o que mais o deixa triste é saber que existe líder de facção sendo o mentor de diversos crimes, mesmo preso em penitenciária considerada de segurança máxima. 

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Mauro abriu o simpósio da Segurança Pública e das Polícias de Operações Especiais em Cuiabá, no Teatro Zulmira Canavarros. Em seu discurso o governador lembrou os investimentos feitos com armamentos, viaturas e outros equipamentos para a polícia de Mato Grosso. No entanto, mesmo com tanto trabalho para inibir o crescimento das facções, algumas ordens ainda partem de dentro do presídio. E em Mato Grosso, um dos mandantes está detido há mais de 20 anos e é conhecido como Sandro Louco.

Mesmo tendo tantos anos de pena em regime fechado, Sandro conseguiu fazer crescer a facção Comando Vermelho e suas ramificações. Por ser "a voz dentro dos presídios", Sandro determina quem morre ou quem vive e quem será apenas castigado, como é chamado o conhecido "salve" - que é uma espécie de açoite para quem descumpre as regras da facção. 

"Sabemos que várias cidades são capitaneadas por ordens de bandidos. Nós temos que conviver com algo absurdo que é o principal líder de uma organização criminosa estar preso há décadas e esse principal líder continua da cadeia comandando essa organização. Aqui em Mato Grosso nós temos alguém que está preso há mais de 20 anos e de dentro continua mandando crimes. Isso nos devia nos encher de vergonha e eu fico com vergonha por dizer que o Executivo tem que reconhecer isso", disse o governador.

No decorrer do discurso, o governador ainda disse que a saída é mudar o sistema penal e endurecer as leis. "Como pode o estado brasileiro falhar tão grande e saber que isso é real. A mim parece que o único caminho é mudar de vez a legislação. 

No final de seu discurso, o governador ainda lembrou que a situação piorou em décadas. "Em 40 anos os números da violência pioraram. E ai  eu me pergunto: será que o que estamos fazendo está certo? Tem gente que comemora os números de assassinatos caírem de 60 mil para 47 mil assassinatos. E a maioria deles a mando do tráfico de drogas. Somos o país com maior número de morte por habitante", completou.