O pai das irmãs Brenda Raquely Rodrigues dos Santos, 9, e Ysabela Raiane Rodrigues dos Santos, 8, mortas por João Vitor Batista da Cruz durante uma fuga policial em Rondonópolis (212 km de Cuiabá), na segunda-feira (31), disse que perdoa o rapaz e que a “maior” justiça está “nas mãos de Deus”.

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Em entrevista ao SBT Comunidade, Paulo Vidal, ao ser questionado sobre o que sente pelo rapaz, afirmou que, mesmo com a dor da perda das filhas, não sente raiva de João Vitor, nem o deseja o mal.

“O que eu tenho para falar sobre esse rapaz é que eu não tenho raiva dele, nenhuma mágoa, eu perdoo ele. Quem sou eu para não perdoar?”, disparou.
 
“A justiça está nas mãos de Deus. Então, se um dia ele tiver a oportunidade de ouvir isso em algum lugar, porque eu sei que ele deve estar sentindo algo, eu perdoo ele. Eu não sou nada para desejar o mal dele, está tudo nas mãos de Deus”, acrescentou.
 
Paulo afirmou que no dia do grave acidente estava voltando com os filhos e a mulher, madrasta das crianças, da igreja.

"No momento do acidente nós estávamos ouvindo um hino e louvando. Na hora eu fiquei sem palavras e sem entender o porquê, fiquei questionando Deus os motivos disso ter acontecido, mas depois eu voltei e pedi desculpas para Ele, porque Ele sabe de todas as coisas, de todos os propósitos”, contou.

Prisão

João Vitor foi preso na manhã de sexta-feira (4) enquanto se escondia em uma igreja católica do Município de Primavera do Leste.

De acordo com o boletim de ocorrência, o caso foi registrado por volta das 8h30, no Bairro São Cristóvão.

O pároco da Igreja Nossa Senhora da Salete chamou a Polícia após ouvir um barulho no segundo piso. Quando foi verificar do que era, encontrou o suspeito escondido e coberto por uma lona.

Quando os policias verificaram no sistema de buscas, viram que ele tinha um mandado de prisão decretado pela Vara da Comarca Criminal de Rondonópolis, após representação da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

O acidente

O fato aconteceu por volta de 22h20 do dia 31 de julho. João Vitor Batista da Cruz, de 21 anos, foi identificado como o homem que conduzia uma Volkswagen Amarok furtada.

Enquanto fugia de uma abordagem policial, ele atingiu um Gol em que estava a família de cinco pessoas, incluindo três crianças. Com o impacto da violência, duas crianças e a mulher, que seria madrasta dos meninos, foram arremessados. As irmãs, de 8 e 9 anos, morreram na hora.

Já a madrasta e outro filho, de 9 anos, foram socorridos e conduzidos ao Hospital Regional em estado grave.

 Após o acidente, João desembarcou da caminhonete e fugiu da cena do crime. João Vitor abandonou no veículo uma mulher que o acompanhava, e que também ficou ferida e presa.