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Sexta-feira, 16 de agosto de 2024

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'LISTA DA FORBES'

Sócios de mineradoras investigadas por comércio ilegal de mercúrio possuem alto poder aquisitivo, aponta delegado

Foto: Reprodução

Sócios de mineradoras investigadas por comércio ilegal de mercúrio possuem alto poder aquisitivo, aponta delegado
O delegado da Polícia Federal, Dalton Marinho, explicou que os sócios das mineradoras investigadas no âmbito da operação Hermes HG II, por comércio irregular de mercúrio, são pessoas com alto poder monetário e integram a lista da "Forbes Brasil", entre as pessoas mais ricas do país. Em Mato Grosso foram cumpridos mandados de busca e apreensão em oito cidades, com a apreensão de 704 kg do produto.


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Nesta fase da operação, foram identificados os fornecedores que usavam empresas para a geração de créditos falsos de mercúrio no sistema do Ibama, financiadores, responsáveis pelo transporte do produto e compradores finais, que seriam as mineradoras.

Em Mato Grosso, foram identificados os "sócios" que teriam envolvimento na distribuição do mercúrio. A Polícia Federal apontou ainda que grande parte do mercúrio contrabandeado chegava da Bolívia, México e Guatemala, já que não há produção do material no país.

"Grande parte desse mercúrio é de contrabando. Esse mercúrio está chegando pela fronteira seca via Bolívia, México e Guatemala. As empresas de São Paulo 'esquentavam' esse produto via documentos. Identificamos fornecedores, uma cadeia especializada em Mato Grosso voltada para a distribuição desse mercúrio que a gente denominou de sócios, financiadores e operacionais", disse o delegado.

Dados da Polícia Federal apontam que o grupo investigado no âmbito da Operação Hermes usava o aeroporto internacional de Viracopos, em São Paulo, para comercializar mercúrio de forma ilegal.

Os alvos usavam empresas de fachada e terceiros como "testa de ferro e laranjas" e utilizavam o sistema do Ibama para dar uma aparente legalidade à circulação de mercúrio. Além disso, os envolvidos emprestavam dinheiro de terceiros para conseguirem manter o planejamento criminoso.

No decorrer da investigação, foi constatado que os integrantes envolvidos no comércio irregular de mercúrio seriam pessoas com alto poder aquisitivo.

"Foi importante identificar que esses compradores, quando se trata de mineradoras, nós estamos lidando com pessoas de alto poder aquisitivo. Na investigação, nós apresentamos com certeza as maiores mineradoras do país, que chegam a produzir mais de uma tonelada de ouro anual e que compram esse mercúrio ilegal. Temos mineradoras que os sócios são Forbes Brasil", ressaltou a autoridade policial.

Segundo as informações da Polícia Federal, além das buscas, foi decretada pela Justiça a imposição de fianças de duzentos salários mínimos e o sequestro e indisponibilidade de bens dos investigados em montante de R$ 2,9 bilhões, com o objetivo de reparar os danos ambientais causados.

A operação

A Operação Hermes (Hg) I, deflagrada em 2022, foi a maior operação policial do país deflagrada para desarticular uso ilegal de mercúrio e iniciou-se a partir da investigação de uma empresa com sede em Paulínia, interior do estado de São Paulo, que utilizava criminosamente de suas atividades autorizadas para
produzir créditos falsos de mercúrio em sistema do IBAMA.

A partir da análise de milhares de fontes bases (documentos e dispositivos eletrônicos), durante mais de dez meses, a Polícia Federal identificou uma extensa cadeia organizada de pessoas físicas e jurídicas envolvidas no esquema ilegal de comércio de mercúrio e ouro extraído de garimpos na Amazônia e retirou 7 toneladas de créditos de mercúrio dos sistemas do IBAMA.

Nesta quarta-feira (8), foram cumpridos 34 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Primeira Vara Federal de Campinas, em cidades dos estados do Amazonas, Mato Grosso, Rio de Janeiro e São Paulo.

Em Mato Grosso, foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas cidades de Cuiabá, Poconé, Peixoto de Azevedo, Cáceres, Alta Floresta, Pontes e Lacerda, Nossa Senhora do Livramento e Nova Lacerda.
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