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Quarta-feira, 26 de junho de 2024

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ALVO DE INTERCEPTAÇÕES

Ex-secretário era conhecido como 'Índio' e seria responsável por comprar droga e inserir no mercado internacional

Foto: Reprodução / PF

Borgato (detalhe) atuava como secretário do Estado quando investigações começaram.

Borgato (detalhe) atuava como secretário do Estado quando investigações começaram.

Investigação da Polícia Federal (PF) revelou que o ex-secretário da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso, Nilton Borges Borgato era conhecido entre os membros da organização criminosa como Índio. Ele fazia parte do primeiro escalão e seria responsável pela aquisição da droga junto ao fornecedor e introdução da mercadoria na Europa.


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As investigações começaram em fevereiro de 2021 com a apreensão de um jato executivo Dassault Falcon 900, no aeroporto internacional de Salvador/BA, cujo destino final seria Portugal. Na aeronave, que pertencia a uma empresa portuguesa de taxi aéreo que o advogado Rowles Magalhães é sócio, a Polícia Federal localizou 578 quilos de cocaína.

A partir disso, a PF passou a investigar os possíveis autores do crime e chegou a cinco pessoas. Em março foram expedidos mandados de prisão e busca e apreensão contra as pessoas identificadas, porém, a PF descobriu mais suspeitos envolvidos no tráfico internacional de drogas. O delegado então entendeu que o cumprimento de mandados naquele momento traria prejuízos para investigação e pediu dilatação de prazo.

Contudo, com interceptações telefônicas a PF colheu novos elementos e incluiu novas pessoas como integrantes da organização criminosa e representou por prisões preventivas e buscas e apreensões.

Uma das novas pessoas que foram identificadas foi Nilton Borges, que na época ocupava cargo no Governo do Estado. As investigações da PF concluíram que Rowles Magalhães Pereira da Silva, Ricardo Agostinho, Nelma Mitsue Penasso Kodama, Marcelo Mendonça de Lemos, Nilton Borges Borgato e Claudio Rocha Junior compõem o primeiro escalão da organização criminosa voltada para o tráfico internacional de entorpecente.

De acordo com as investigações, precisamente da leitura de conversas, Nilton atuou, juntamente com Rowles, Kodama e Ricardo Agostinho, no comércio de produtos da Covid-19, como respiradores, máscaras e testes. Segundo a PF, seu apelido dentro da organização é Índio, e em conluio com os demais integrantes, também atuou diretamente no tráfico de internacional de entorpecentes.

A PF cita, como exemplo, o encontro do Rowles com o Índio ao lado do Hotel Paiaguás, em Cuiabá. Até então, a PF não sabia que Índio era Nilton Borges. Mas em dezembro de 2020, quando um voo é cancelado, Rowles teria enviado um print da conversa para uma pessoa e na foto foi identificado que tratava-se do então secretário.

Rowles também teria acusado Borgato de estar associado a Kodama na contratação de aeronave. Houve uma discussão e Ricardo afirma que Kodama ligou para ele por vídeo juntamente com Índio.

Uma das provas encontradas pela PF de que Borgato e Índio seriam a mesma pessoa foi o número de telefone disponível no Facebook do ex-secretário. O telefone estava registrado em nome e CPF de Nilton.
 
O ex-secretário foi preso em seu apartamento em Cuiabá, local onde os policiais federais localizaram pedras de diamante, dólares e cerca de R$ 30 mil em espécie, que estavam escondidos embaixo do colchão.

Borgato deixou o cargo no Governo do Estado em março deste ano para disputar as eleições. Ele é pré-candidato a deputado federal pelo Partido Social Democrático (PSD).

A defesa do ex-secretário negou com veemência as acusações que estão sendo imputadas a ele. Em nota enviada à imprensa, o advogado Luiz Alberto Derze disse que Borgato está à disposição da justiça e prestará todos os esclarecimentos necessários. Além disso, afirmou que provará a inocência de Borgato. “A defesa técnica está tomando ciência do inquérito para adotar as providências jurídicas cabíveis”, diz trecho da nota.

Rowles foi preso em São Paulo, em decorrência de um mandado de prisão preventiva. Durante as buscas, os agentes encontraram artigos de luxo como relógios e bolsas, além de uma quantia em euro no imóvel do lobista. A ex-namorada de Rowles, Nelma Kodama, também foi presa em Portugal no mesmo dia. A doleira chegou a ser condenada na Operação Lava Jato. 
 
Os investigados na operação são fornecedores de cocaína, mecânicos de aviação e auxiliares (responsáveis pela abertura da fuselagem da aeronave para acondicionar o entorpecente), transportadores (responsáveis pelo voo) e doleiros (responsáveis pela movimentação financeira do grupo).  

Ao todo, foram expedidos 43 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão preventiva nos estados da Bahia, São Paulo, Mato Grosso, Rondônia e Pernambuco. A Justiça brasileira também decretou medidas patrimoniais de apreensão, sequestro de imóveis e bloqueios de valores em contas bancárias usadas pelos investigados.
 
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