Olhar Direto

Domingo, 21 de julho de 2024

Notícias | Política MT

CONSENSO COM A BASE

Para evitar desgaste com prefeitos, projeto sobre mudança na partilha do ICMS fica para novembro

08 Mar 2022 - 11:54

Da Redação - Airton Marques / Do Local - Max Aguiar

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Governador Mauro Mendes no plenário da ALMT, durante retomada dos trabalhos no Legislativo, em fevereiro

Governador Mauro Mendes no plenário da ALMT, durante retomada dos trabalhos no Legislativo, em fevereiro

Consenso entre deputados da base e o Governo estadual empurrou para novembro a discussão e votação do projeto de lei complementar (1/2020) que trata das mudanças nos critérios de distribuição do ICMS aos municípios. O acordo foi selado na manhã desta terça-feira (08), no Palácio Paiaguás, durante reunião entre o governador Mauro Mendes (União Brasil), os secretários Mauro Carvalho (Casa Civil) e Rogério Gallo (Sefaz), e deputados da base.


Leia também:
Aguardando decisão do governador, Janaina afirma que apoio de Mauro ao Senado é uma “incógnita”

A postergação do debate põe fim a desgaste com prefeitos contrários ao projeto, pelo menos neste período pré-eleitoral, em que muitos parlamentares foram pressionados em suas bases a votarem contra a proposta do Executivo.

De acordo com o vice-líder do Governo, deputado Wilson Santos (PSDB), um decretou será publicado pelo Governo em agosto, apenas para alinhar a porcentagem do ICMS que deve ser destinado à educação, conforme a Emenda Constitucional 108.

“Houve um consenso, os deputados argumentaram que há muita pressão por parte dos prefeitos, já que 15% dos municípios perderiam receita e 85% ganhariam. Então, como não há consenso, os deputados fizeram um apelo e o governador atendeu. Essa matéria receberá um decreto em agosto, apenas para cumprir tabela e ficará sua discussão e votação a partir de novembro. A polêmica está encerrada, os prefeitos terão tempo suficiente para apresentar sugestões”, disse.

O 1º secretário da Assembleia, deputado Max Russi (PSB), também comemorou o resultado da reunião. Admitiu que alguns municípios terão perda de receita com as mudanças, mas ponderou que o Estado é obrigado a seguir legislação aprovada no Congresso. "Gostei muito da reunião. O projeto apresentado é bom e o governador deixou claro que quer ouvir os prefeitos. Acho que os maiores interessados são os gestores municipais e a Assembleia se colocou a disposição para ser esse interlocutor. É um projeto que não precisa ser votado às pressas e temos até dezembro para aprovar, já que começa a vigorar a partir do próximo ano. Tem um prazo bom para fazer os debates".

Atualmente, de todo o ICMS arrecadado pelo Estado, 25% e distribuído aos 141 municípios. Tal partilha é definida por meio do Índice de Participação dos Municípios (IPM), calculado a partir do somatório dos coeficientes referentes ao valor adicionado (75%); unidade de conservação/terra indígena (5%); tributação Própria (4%); população (4%); área territorial (1%); e coeficiente social (11%).

O Executivo aproveitou a Emenda Constitucional 108, que trata sobre o novo Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), para mudar os critérios para repasse de receita do ICMS aos municípios.

É que a Emenda Constitucional 108 introduziu a obrigatoriedade de que, no mínimo, 10% da fatia regulada por lei estadual específica sejam distribuídos com base em indicadores de melhoria nos resultados de aprendizagem e de aumento de equidade, considerando o nível socioeconômico dos estudantes. Com isso, a partir de 2023, a porcentagem do IPM referente ao valor adicionado nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços realizadas no território do município será de 65%.

Conforme a mensagem do Executivo, a mudança na porcentagem do cálculo do IPM começa a partir do próximo ano, quando o valor adicionado será de 70%. O restante será de receita própria (4%); população (4%); coeficiente social (7%); unidade de conservação/terra indígena (5%); resultados da educação (10%).

As mudanças nos percentuais serão gradativas até chegar em 2026, quando o valor adicionado será de 65%. Neste ano, novos critérios serão levados em consideração: esforço de arrecadação (3%); meio ambiente (5%); agricultura familiar (4%); resultados da educação (15%); e resultados de saúde (8%).
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

Sitevip Internet