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Sexta-feira, 26 de julho de 2024

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Governo vai aumentar importação de etanol para segurar preço do álcool

Nos postos de gasolina, os preços subiram muito. O álcool está mais caro. Para evitar novos aumentos, além de reduzir a mistura de álcool na gasolina, o governo anunciou outra estratégia: vai importar mais álcool.


O governo decidiu aumentar a importação do etanol. Vai comprar cinco vezes mais do que no ano passado. Falta cana-de-açúcar para fazer álcool. A seca e o frio prejudicaram a safra. Muitos produtores estão achando que o que vale mesmo a pena é vender cana para transformar em açúcar.

O consumidor reclama que o etanol está caro. “Não está compensando. Não consigo mais abastecer com álcool”, diz um senhor.

O preço alto tem a ver com a oferta: a produção de cana-de-açúcar no Brasil agora deve ter uma queda de 5,6% em comparação com a última safra. Nesse cenário, há menos etanol disponível. Isso explica por que o teor de álcool na gasolina vai diminuir a partir de 1º de outubro. O esforço agora é segurar os preços para que não subam muito e evitar que falte etanol nas bombas.

“O governo não pode correr o risco de, de repente, o mercado não ser abastecido a contento, conforme a necessidade do consumidor brasileiro”, alerta Manoel Bertone, secretário de agroenergia do Ministério da Agricultura.

O jeito é aumentar a importação. Até o fim do ano, o Brasil vai comprar, pelo menos, um bilhão de litros de álcool, cinco vezes mais do que na safra passada. O governo quer reduzir os custos de produção do combustível. Deve oferecer mais crédito com juros menores aos produtores e baixar impostos pagos pelos usineiros.

Está faltando cana para transformar em álcool, diz o governo. Quem produz açúcar leva vantagem. Já tem alívio na tributação. É um bom negócio, porque os preços estão elevados no mercado mundial.

“Na relação econômica entre preço de açúcar e preço de álcool, as usinas acabaram destinando mais cana para a produção de açúcar, em função tanto para atendimento do mercado nacional como das exportações”, afirma Sílvio Porto, diretor de política agrícola da Conab.

Para Marcos Jank, presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar, o problema maior foi o clima. “Ano passado uma seca muito intensa, esse ano nós tivemos geada e isso sempre acontece, sempre pode acontecer e esta afetando nossa produção”, aponta.

Ainda segundo a União da Indústria de Cana-de-açúcar, embora precise importar, o Brasil continua sendo um dos grandes exportadores de etanol do mundo. Pode parecer estranho, mas o país tem de cumprir contratos já assinados.
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