O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado, durante a visita oficial a Washington, que a luta pela guarda do garoto americano de oito anos que o pai diz ter sido raptado por sua mãe brasileira será decidida pelos tribunais do Brasil. Ele confirmou que o caso foi tratado durante o encontro com o presidente americano, Barack Obama, na Casa Branca.

"O problema da criança está no sistema judicial [brasileiro]" disse em uma entrevista coletiva na embaixada brasileira, apesar das pressões de Washington para que o governo do Brasil intervenha no caso. "Esperamos que o sistema judicial faça o que deve fazer, e o governo brasileiro vai respeitá-lo".

Sean Goldman foi trazido para o Brasil por sua mãe, Bruna Carneiro Ribeiro, há quatro anos, sem nunca mais voltar para os EUA. O pai do menino, David Goldman, luta para recuperar a guarda da criança, que se encontra com o segundo marido de Bruna, morta há seis meses enquanto dava à luz uma menina.

Tribunais brasileiros têm negado a Goldman a guarda do filho, apesar de o Brasil e os EUA serem signatários de um tratado internacional sobre casos de rapto de crianças pelos pais.

Quando perguntado por um repórter se presidente Obama havia levantado a questão durante a reunião entre os dois neste sábado, Lula disse apenas que Obama "tinha reiterado a posição dos EUA" sobre a disputa.

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, apelou na semana passada para que o governo do Brasil pressionasse para que Sean voltasse aos EUA, e advogados da família brasileira que luta pela guarda do garoto disseram que o embaixador americano pressionou o governo do Brasil para se envolver no caso.

Os deputados federais americanos também passaram por uma esmagadora votação nesta semana uma resolução exortando o governo do Brasil a devolver Sean ao pai.