Cerca de 1.300 alunos da rede municipal de ensino de Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, tiveram as aulas suspensas e as férias de julho antecipadas por causa da suspeita de contaminação de uma professora pelo vírus da nova gripe. Os alunos da Creche Paulo Alexandre Mosca Cintra e da Escola Municipal Benedito Vieira da Mota deixaram de frequentar as instituições após uma professora ter voltado da Argentina com alguns sintomas da doença.
De acordo com a Prefeitura de Itaquaquecetuba a medida foi tomada por precaução, embora o resultado dos exames da professora, que dá aulas nas duas unidades, ainda não tenha saído. O semestre nas unidades estava programado para terminar no dia 13 de julho.
Até que o resultado do exame da professora seja divulgado, o que deve ocorrer até a terça-feira (30), a prefeitura aconselha que as pessoas que tiveram contato com ela permaneçam em casa por um período de sete dias. “Caso alguém manifeste sintomas tais como: dores musculares, febre, tosse, cansaço e diarréia; deve procurar o posto de saúde ou hospital mais próximo para uma primeira avaliação clínica”, informa a prefeitura em nota.
A Secretária de Educação de Itaquaquecetuba já determinou que as outras 80 escolas municipais da cidade fiquem atentas aos sinais da nova gripe entre estudantes e funcionários. Trinta mil alunos fazem parte da rede.
8.000 sem aula
Até a quarta-feira (24) tinha deixado mais de 8.000 estudantes de nove escolas e de uma universidade do estado de São Paulo sem aulas. A ocorrência de casos em pessoas ligadas a escolas paulistas levou à suspensão das aulas e a antecipação das férias dos estudantes. Apenas em uma delas, o Colégio Visconde de Porto Seguro, no Panamby, Zona Sul da capital paulista, as aulas foram suspensas somente para a turma do aluno que teve a doença confirmada. Em todos os outros, a medida se estendeu a todos os estudantes das unidades. Duas escolas não informaram o total de estudantes de suas unidades prejudicados com a suspensão das aulas.
Na quarta, pelo menos cinco escolas comunicaram que tiveram casos da doença entre seus alunos. Na Vila Olímpia, Zona Sul, a Escola Viva, que trabalha com turmas do ensino infantil e médio, anunciou a antecipação das férias de seus cerca de 1.300 alunos após a família de um deles ter comunicado, na manhã desta quarta, a confirmação da contaminação do estudante. Como o semestre terminaria na sexta-feira (26), a direção decidiu antecipar o início das férias e, nesta tarde, já não houve aula em todas as unidades. A festa junina da escola, que também foi adiada, deverá ser remarcada em agosto.
Em Guarulhos, na Grande São Paulo, o Colégio Júlio Mesquita também antecipou as férias devido à confirmação da doença em um aluno da 8ª série do ensino fundamental que, recentemente, fez uma viagem de turismo à Disney (EUA). De acordo com a direção da escola, na segunda (22), a doença foi confirmada e, na terça pela manhã, a direção se reuniu com a Vigilância Sanitária. Por precaução, a escola decidiu antecipar as férias de cerca de 700 alunos em duas semanas.
Suspeita
Em Cotia, na Grande São Paulo, a suspeita da doença em uma professora e em três alunos fez com que a direção do Colégio Madre Iva decidisse antecipar as férias em seis dias letivos. “A professora e as duas filhas dela [que são alunas do colégio] comunicaram que fizeram os exames às 9h de hoje [quarta, 24]. A outra criança contaminada, um pediatra encaminhou nesta tarde para o Hospital Emílio Ribas. Mas é preciso esperar 48 horas para sair o resultado dos exames”, disse Sonja Marques Rodrigues Antiqueira, diretora pedagógica do colégio.
Mesmo apenas com a suspeita da doença, a direção antecipou as férias de cerca de 500 alunos do ensino infantil até o médio. Ainda de acordo com a diretora, a professora e as duas filhas passaram o feriado de Corpus Christi na Argentina e desde o início desta semana passaram a apresentar sintomas de gripe.
A unidade Cantareira do Colégio Objetivo, na Água Fria, também decidiu antecipar as férias de toda a unidade após receber a confirmação de que uma aluna do 3º ano do ensino médio contraiu a nova gripe. O colégio não informou, porém, o total de alunos da unidade.
Também nesta quarta-feira (24), o Colégio Visconde de Porto Seguro anunciou o registro de um caso da nova gripe na sua unidade três, no Panamby, Zona Sul de São Paulo. De acordo com a diretora da escola, Maria Eliza de Lamboy, um aluno da 6ª série teve a doença confirmada na terça (23). A escola foi avisada pela mãe dele da confirmação. A contaminação teria ocorrido fora do colégio. A diretora informou que decidiu, por recomendação da Vigilância Sanitária, suspender as aulas somente na turma do aluno a partir dessa quinta-feira (25). No restante da escola, e nas demais unidades do colégio, as aulas seguem normalmente. A direção não informou quantos alunos existem na turma do estudante doente.
Suspensões anteriores
Outras quatro escolas de São Paulo já tinham decidido anteriormente antecipar as férias devido à doença. O Colégio Palmares, localizado em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo, antecipou para a terça-feira (23) as férias de 1.200 estudantes, inicialmente marcadas para 30 de junho. A mãe de um dos alunos da 8ª série informou, no sábado (20), que o garoto foi contaminado pela nova gripe.
No domingo (21), o Colégio Magno anunciou que encerraria antecipadamente as aulas deste semestre de cerca de mil alunos de suas unidades por causa da doença. A medida foi tomada por conta da contaminação de dois alunos pela influenza A (H1N1). Além da antecipação das férias, a festa junina da escola foi adiada.
O Colégio Pueri Domus, na Zona Sul de São Paulo, decidiu antecipar as férias escolares de 1.200 alunos após a confirmação da doença em dois deles. Segundo a assessoria, os alunos deveriam ter aulas até o dia 26 de junho, mas o semestre foi encerrado na sexta-feira (19).
O Colégio Anglo Cassiano Ricardo, em Taubaté, a 140 km de São Paulo, teve as aulas de cerca de 500 estudantes suspensas por uma semana por causa de um aluno diagnosticado com a nova gripe. De acordo com Anísio Spani, mantenedor do colégio, a escola foi comunicada nesta segunda-feira (22) que o estudante do ensino médio está com a doença.
Também por causa da doença, o campus da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Assis, a 434 km de São Paulo, teve as aulas suspensas até o fim desta semana. A medida foi tomada após a confirmação do segundo caso da nova gripe na cidade. Uma estudante de biologia e outra de psicologia da universidade foram infectadas. Além da suspensão das aulas, o vice-diretor da Unesp, Ivan Esperança Rocha, disse à reportagem do G1 que a universidade está estudando a possibilidade de antecipar as férias de julho de 1.950 alunos.