Moradores de comunidades do Rio denunciam que traficantes têm usado as redes sociais para impor o medo e ameaçar inimigos. Os bandidos divulgam fotos em que ostentam armamento pesado.

Pistolas, fuzis, granadas e até um lança-rojão. Os criminosos do Rio usam redes sociais para demonstrar força e ameaçar inimigos.

Os perfis revelam a certeza da impunidade. Um homem diz que estudou na "Escola do Crime". Outro admite que é "traficante".

Menores de idade e mulheres também aparecem segurando armas. Nas fotos, muito dinheiro e drogas.

Os bandidos andam de moto pelas ruas da favela. E moram em casas luxuosas.

Moradores de 20 comunidades procuraram o Disque Denúncia para alertar sobre a presença de traficantes nas redes sociais. Nos últimos meses, foram mais de 70 ligações dando detalhes sobre a ação dos bandidos na internet.

Muitas denúncias fazem referência à guerra entre facções rivais dos morros da Serrinha, Juramento e Cajueiro, na Zona Norte da cidade.

Moradores da região se sentem acuados. “Motos com pessoas armadas passando pra lá e pra cá”, conta uma moradora sem se identificar.

Segundo a polícia, quem comanda a venda de drogas na Serrinha é o traficante Coelhão, um dos mais ativos nas redes sociais.

“São armas militares, são armas de guerra. É a glamourização do crime, a ostentação dos produtos de crime - colares de ouro, muitas joias. Isso tudo traz à juventude um encanto falso, perigoso e agressivo. Isso tem que ser combatido de qualquer maneira”, afirma o coordenador do Disque Denúncia, Zeca Borges.

A partir das imagens encontradas na internet, vários bandidos já foram identificados pela polícia e presos. A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) declarou que faz rondas em páginas da internet para monitorar e combater a prática de crimes.