Uma operação do Ministério da Previdência prendeu nesta quarta-feira (19) 32 pessoas suspeitas de integrarem duas quadrilhas que fraudavam a Previdência Social no Estado de São Paulo. Também foram cumpridos 40 mandados de busca e apreensão. Os prejuízos foram estimados pelos responsáveis em R$ 3,5 milhões.
A operação Cerebrum foi realizada na Baixada Santista e nas cidades de São Paulo, Sorocaba e Mairiporã. Esta é a maior operação conjunta dos últimos cinco anos. As ações tiveram apoio da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
Segundo a Previdência, foram identificados mais de cem beneficiários que se utilizaram do esquema criminoso, entre advogados, empresários, comerciantes e funcionários de grandes empresas.
Segundo a Polícia Federal, o principal médico envolvido era credenciado pela rede pública de saúde de São Paulo e coordenador do CAPS II de São Vicente (saúde mental do Sistema Único de Saúde).
Ainda de acordo com a Previdência, as duas quadrilhas utilizavam laudos médicos falsos para conseguir auxílio-doença e aposentadoria por invalidez para os seus "clientes", que simulavam transtornos psiquiátricos.
Uma das quadrilhas operava dentro de um sindicato de Santos (SP). Os motoristas que estouravam a pontuação na Carteira Nacional de Habilitação, ou que eram demitidos, eram encaminhados para o esquema a fim de serem afastados pelo INSS.
A outra quadrilha atuava como uma empresa. Quando os benefícios dos "clientes" eram negados administrativamente, os fraudadores ingressavam com ações judiciais para obter os benefícios, sempre utilizando os laudos laudos médicos.
De acordo com a investigação, o principal médico envolvido é suspeito de diagnosticar doenças inexistentes e instruir os supostos pacientes sobre como se comportarem na perícia médica a fim de enganarem o médico perito. Também teria receitado medicamentos psiquiátricos para que os beneficiários do golpe comparecessem dopados à perícia médica.
PE e AL
Em outra operação, oito foram presos suspeitos de fraudar benefícios sociais em Jaboatão dos Guararapes e em Cabo de Santo Agostinho, ambas em Pernambuco, e também em Maceió, no Estado de Alagoas. O prejuízo aos cofres públicos está estimado em R$ 3 milhões.
Entre os presos estão dois servidores do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e um ex-servidor. Também foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão.
Segundo informações do Ministério da Previdência, os fraudadores inseriam dados no cadastro da Previdência Social, para concessão irregular de aposentadorias por tempo de contribuição, e outros benefícios.
