Procuradoria da União em Minas Gerais conseguiu na Justiça uma liminar que bloqueou cerca de R$ 55,7 mil em bens e contas bancárias de envolvidos com a máfia dos sanguessugas no Estado.
O objetivo da ação, de acordo com a Procuradoria, é assegurar a indenização pelos prejuízos causados aos cofres públicos.
Deflagrada em 2006 pela Polícia Federal, a operação desarticulou um esquema de fraudes em licitações na área de saúde para aquisição de ambulâncias.
Segundo a Procuradoria, no município de Faria Lemos (MG), a fraude no processo de licitação resultou no superfaturamento dos preços de UTIs móveis e prejuízos para a União.
Entre os envolvidos no caso estão o ex-prefeito do município, por ter homologado a licitação e liberado o pagamento, e membros da Comissão Permanente de Licitação, que foram responsáveis diretos pelos fatos.
Como o caso corre sob segredo de Justiça, os nomes dos envolvidos não foram divulgados.
Máfia
A máfia dos sanguessugas foi desmontada pela Polícia Federal em 4 de maio de 2006.
Liderado pelos empresários Darci e Luiz Antônio Vedoin, donos da Planam, o grupo atuava tanto no Congresso --pagava propina por emendas parlamentares destinadas à compra de ambulâncias e materiais hospitalares-- quanto na licitação nos municípios beneficiados com as verbas.
Segundo a denúncia, havia um "núcleo parlamentar" que viabilizava a aprovação das emendas, "possibilitando, assim, adquirirem de forma superfaturada ambulâncias da Planam e outras empresas de fachada".
Os supostos pagamentos da Planam aos parlamentares, diz a denúncia, eram feitos por meio de intermediários "de forma a dificultar a identificação da origem espúria da riqueza". No total, a quadrilha teria movimentado R$ 110 milhões.