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Terça-feira, 30 de julho de 2024

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Publicar revistas poderá ser fácil como postar vídeos na web

Para todos que já sonharam em criar sua própria revista em cores lustrosas dedicada a um hobby, como fotografia ou viagem, os altos custos e a inconveniência da impressão representavam uma grande barreira. Gráficas tradicionais cobram milhares de dólares adiantados para ligar as máquinas e imprimir uma centena de cópias de uma revista.


Com um novo serviço na web chamado MagCloud, a Hewlett-Packard espera tornar a produção de uma revista mais fácil e barata do que fazer fotocópias em uma loja local.

Cobrando US$ 0,20 a página, pagos apenas quando um consumidor encomenda um exemplar, a HP sonha em tornar o MagCloud o equivalente ao YouTube em trivialidade de publicação. A companhia, líder na fabricação de computadores e impressoras, visualiza pessoas usando seus PCs para desenvolver revistas rápidas de comemoração da temporada de vôlei de sua filha ou narrar as complicações dos negócios de cactos do Arizona.

"Existem tantos nichos, comunidades estranhas a princípio, que podem usar o serviço", disse Andrew Bolwell, que chefia o esforço MagCloud na Hewlett-Packard. Samir Husni, professor de jornalismo da Universidade do Mississipi que planeja usar a tecnologia na sala de aula, disse: "Não estamos falando em substituir as Vanity Fair do mundo. Mas é uma idéia atraente para uma imprensa de variedades que me lembra os zines undergrounds que tínhamos nos anos 60 e 70".

Se o serviço decolar, a Hewlett pode expandir seu lucrativo negócio vendendo imensas impressoras digitais para companhias que imprimiriam as revistas e então encomendariam suas rentáveis tintas em barris, ao invés de cartuchos.

É incerto o tamanho do mercado de revistas de interesse estrito e tiragem limitada quando há tanta informação disponível gratuitamente na internet. Até agora, usuários do serviço, ainda em fase de testes, produziram cerca de 300 revistas, incluindo publicações sobre pinturas de artistas mórmons, a história aeroespacial, fotografia de alimentos e como melhorar sua marca pessoal na era digital.

Aspirantes a editor precisam cuidar de sua própria redação e trabalho de design, enviando um arquivo em PDF de sua criação pela internet para os arquivos do MagCloud. A HP delega os serviços de impressão a parceiros espalhados pelo mundo e cuida da cobrança e da entrega para as pessoas que encomendam a revista. Enquanto a HP cobra dos editores das revistas US$ 0,20 a página, eles podem cobrar o que quiserem pelo produto finalizado.

Prensas tradicionais são rápidas e podem produzir em grandes quantidades por bem menos que US$ 0,20 a página. Mas esse modelo de negócio e tecnologia se baseia em replicar uma imagem fixa em volume para alcançar escala de eficiência de custos.

Com impressoras digitais como as produzidas na unidade Indigo da Hewlett, uma empresa pode imprimir uma cópia de 10 revistas ou 10 cópias de uma revista por mais ou menos o mesmo preço. É uma simples questão de ligar a impressora e apertar um botão.

Doreen Bloch, estudante da Universidade da Califórnia em Berkeley que criou e coordena uma publicação de moda, disse que o MagCloud facilitou muito a produção de sua revista, a Bare, dentro de um orçamento apertado.

Bloch costumava enviar as versões finais da Bare para uma gráfica no Arizona. Se os editores notassem um erro de digitação ou quisessem fazer uma mudança de última hora, tinham que pagar US$ 60 a página. "Se precisássemos mudar a capa porque estava com a data errada, era um problema muito grande", disse Bloch. Com o MagCloud, os editores podem se enganar o quanto quiserem, de graça.

O MagCloud também pode criar novas oportunidades para gráficas locais.

Nos últimos cinco anos, a Progressive Solutions, de Santa Clara, na Califórnia, comprou cinco impressoras Indigo da HP, que custam entre US$ 300 mil e US$ 600 mil a máquina. A empresa produz documentos personalizados para companhias como a Tiny Prints, um serviço popular nos EUA que permite que as pessoas façam seus próprios convites, material de escritório e avisos.

Segundo Scott Feldman, co-proprietário da Progressive, a companhia precisa manter suas máquinas funcionando oito horas por dia para cobrir os custos, e 12 horas para lucrar. Ela imprime cerca de 50 mil páginas para o MagCloud por mês, incluindo a Bare.

Os criadores da Bare e de outras publicações avisam que produzir cada edição exige muito trabalho, e alguns dos primeiros usuários do MagCloud tiveram pouco sucesso em vender suas publicações online.

A HP desenvolve uma tecnologia em seus laboratórios que poderia facilitar o processo de publicação. Ela tem um software baseado em algoritmos que automatiza parte do processo de diagramação, organizando fotos de uma forma agradável aos olhos e adequada a uma página em relação ao texto. No futuro, a HP talvez acrescente essas aplicações ao serviço MagCloud.

A HP também está usando uma tecnologia similar ao MagCloud para ajudar editoras a disponibilizar livros fora de circulação. Ela digitaliza livros antigos, corrige imagens e os envia para as impressoras digitais.

"Ao usar os processos eletrônicos ao invés de humanos, conseguimos reduzir os custos de US$ 2,5 mil para US$ 50 por título", disse Phil Zuckerman, presidente da Applewood Books em Carlisle, Massachusetts. Ele disse que agora tem condições de imprimir cópias únicas de antigos títulos.

Para a HP, o MagCloud é também uma forma de fornecer serviço customizado com baixo risco. E, caso o nicho não prospere, a companhia vai simplesmente seguir adiante. "Estamos tentando experimentar esses novos tipos de modelos de negócio", disse Bolwell.

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