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Terça-feira, 30 de julho de 2024

Notícias | Informática & Tecnologia

Empresas prometem armazenar dados de internautas após morte

Empresas nos Estados Unidos estão oferecendo soluções para administrar os assuntos na internet em caso de morte do internauta.


Informações que não poderão revelar nunca mais --senhas e contrassenhas de contas bancárias, ou a chave que dá acesso à página principal do site de relacionamentos da pessoa, por exemplo-- são armazenadas por sites específicos, para que descendentes do indivíduo morto possam acessar seus dados on-line.

Por preços em torno de US$ 25 (R$ 58) ao ano, as companhias guardam as chaves de acesso ao universo on-line e as entregam aos descendentes do indivíduo quando esse morre e não pode mais atualizar seu perfil no Orkut.

Entretanto, não se trata, apenas, de permitir acesso dos familiares ao dinheiro na conta bancária ou às milhas de uma companhia aérea.

Quando um amigo que só conheciam pela internet repentinamente deixou de dar sinais de "vida virtual", os norte-americanos Mike e Pamela Potter pensaram que poderia ter morrido --e entraram para a lista das pessoas que precisam deste tipo de serviço.

Eles descobriram que o amigo tinha apenas saído de férias para um local sem acesso à internet. Mas, deste incidente, nasceu o Slightly Morbid, um site que permite criar uma lista de pessoas que devem ser notificadas em caso de morte ou acidente que impeça alguém de entrar na rede.

A página exige que o usuário confie a uma terceira pessoa os dados de sua conta de acesso ao sistema. Em caso de tragédia, o indivíduo notifica o Slightly Morbid, que envia uma mensagem automática para os contatos previamente escolhidos.

O sistema protege a privacidade do mundo on-line, mas exige a participação de uma pessoa de confiança do internauta.

Outros serviços, como o Death Switch, com cerca de mil usuários, tentam evitar essa medida.

Por US$ 20 (R$ 46) ao ano, os membros do site criam uma lista com a informação que desejam que seja enviada às pessoas próximas, incluindo mensagens de despedida ou vídeos.

O usuário deve acessar sua conta em determinados intervalos de tempo --por exemplo, uma semana-- para confirmar que está vivo.

Caso deixe de fazer isso, o sistema tenta repetidamente entrar em contato com a pessoa e, se não houver resposta, começará a mandar e-mails aos mais próximos, esteja morto ou não.

Conservador
Jeremy Toeman, fundador do Legacy Locker, apostou em um sistema mais conservador --que requer, inclusive, uma cópia do atestado de óbito antes de começar a compartilhar a informação do morto.

A companhia, que começará a oferecer os serviços em abril, trabalha intimamente com advogados e assessores de finanças que, nos EUA, são encarregados de elaborar testamentos.

"Achamos que é um serviço muito valioso para todos aqueles que tenham diferentes contas na internet com senhas e contrassenhas distintas", disse Toeman.

Ele acredita que a companhia será capaz de conseguir, a médio prazo, um bom número de usuários, porque está dirigida "a gente que já está gastando dinheiro de todas formas para organizar a herança dos bens fora da internet", afirma.

O fundador do Legacy Locker percebeu que as pessoas não dão tanta atenção às posses na rede quando dão aos bens físicos. "Durante um voo no verão passado, me dei conta de que todos os meus bens estavam protegidos pelo meu testamento, mas não tinha estabelecido nada para meus ativos on-line", conta.

"A contrassenha do meu computador, minhas cinco contas de e-mail, meu crédito na Amazon...se algo acontecesse comigo, tudo ficaria inacessível para minha mulher, apesar de ter escrito um testamento", observa o empresário, que tem também registrados mais de 70 domínios na internet.

O outro acontecimento que levou-o a criar a companhia foi a morte de um parente querido que levou para o túmulo seus segredos e suas contrassenhas.

"Costumava mandar e-mails para a minha avó, falecida em 2007 aos 94 anos". Quando morreu, Toeman e o pai tentaram entrar na conta de e-mail através da qual ela mantinha correspondência com parentes e amigos de todo o mundo, "mas foi impossível", afirma.
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