O governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, anunciou na terça-feira (9) um plano para eliminar livros didáticos das escolas --que seriam substituídos por recursos digitais como Facebook, Twitter e iPods-- como forma de economia, em um momento no qual o Estado enfrenta um enorme déficit fiscal.

A medida --chamada "Iniciativa para Livros de Textos Digitais"-- tiraria das classes o que foi classificado como "obsoletos" textos tradicionais de matemática e ciências, para dar lugar a versões on-line, até o final do ano, disse Schwarzenegger.

"As crianças, como vocês sabem, estão familiarizadas com a música digital, além de assistirem a televisão e a filmes online, entrando no Twitter e participando do Facebook", disse o governador.

"Assim, acredito importante dar um passo à frente em relação aos livros de texto", disse o governador republicano, em palestra para um grupo de alunos de um colégio de Sacramento.

"Estão defasados, na minha opinião, e não há motivo para que as escolas mantenham seus alunos amarrados a estes antiquados, pesados e caros livros de texto", informou Schwarzenegger.

"A Califórnia é sede do Silicon Valley. Somos líderes mundiais de tecnologia e inovação, pelo que devemos ter isto em mente".

A Califórnia é o primeiro estado nos Estados Unidos a apresentar uma iniciativa deste tipo, disse Schwarzenegger, que busca com esta medida reduzir o gasto em vários setores, numa tentativa de superar o déficit orçamentário de US$ 24 bilhões no Estado.

Baseado no preço médio do livro escolar entre US$ 75 e US$ 100 por aluno, segundo Schwarzenegger, o plano permitiria uma poupança de entre US$ 300 e US$ 400 milhões.

"Sei que isto é, obviamente, uma mudança muito forte e que haverá certa resistência em alguns casos", observou o governador.

O Estado da Califórnia, sede de um importante parque industrial nos Estados Unidos, traz medidas mais severas para reduzir o déficit fiscal --que estão sendo aplicadas no setor educativo, na saúde e no sistema carcerário.

No entanto, são mantidos intocáveis os orçamentos milionários para a segurança e corpos policiais em grandes cidades como Los Angeles e San Francisco.